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COLUNISTAS / Coisas da vida

Quando se aprende a ser independente por conta das necessidades da vida

29/07/2016

Aquela máxima de que nascemos sós e morreremos sós é a mais pura realidade.

Muitas vezes no decorrer da vida acabamos nos tornando dependentes, inicialmente de nossos pais, depois em determinado período, de nossos amigos, muitas vezes de familiares e até mesmo de colegas de trabalho. Sentir que se tem companhia para realizar as mais diversas tarefas do dia a dia, nos faz sentir segurança e acolhimento, porém a desvantagem é que muito facilmente cria-se uma dependência emocional. Quantas vezes já vi em diversas pessoas e até mesmo já senti, enorme dificuldade em realizar inúmeras atividades cotidianas sozinhas como por exemplo viajar, ir ao supermercado, fazer exercícios físicos, fazer um curso, trabalhar, ir ao médico, passear, sentar para fazer uma refeição, dentre outras muitas.

A questão é que com a vida contemporânea onde as pessoas têm cada vez menos tempo umas para as outras, estamos nos vendo obrigados a aprender a viver sozinhos, no sentido de realizar nossas tarefas sozinhos, uma vez que ninguém pode parar sua vida para nos acompanhar em tudo, afinal já está cada um atolado o suficiente em suas próprias atividades.

É, são características dessa nossa vida moderna onde cada um se atola em seu próprio mundinho não tendo mesmo tempo nem condições para se doar ao outro, para acompanhar o parceiro, o colega de trabalho ou um amigo em uma viagem, em um almoço, em um trabalho etc. Estamos vivendo a cada dia mais solitários, independentes, auto suficientes e autônomos, seguindo aquela máxima de cada um por si e Deus por todos. Isso pode ser bom, quando se aprende a sentir prazer em sua própria companhia e a se divertir sozinho, é libertador e faz com que a gente não só se conheça mais, mas também se goste mais afinal somos por muitos momentos, nossa melhor e única companhia e essa companhia se torna especial, e a gente se torna especial pra nós mesmos. É sensacional aprender a apreciar a sua própria companhia, é sensacional aprender a ser indepe ndente emocionalmente e é sensacional se gostar.

Mas como tudo na vida, também pode ser ruim quando se vive um isolamento social e afetivo no qual se depende cada vez menos do outro, no qual se descobre que realmente sozinhos viemos ao mundo e sozinhos iremos partir, simples assim. Não há uma fórmula, mas sim uma adaptação de cada um de nós a esse mundão que vai nos engolindo e nos fazendo reaprender a viver a cada novo dia. Não há certo e nem errado, apenas há o que tem aí pra se viver!

COLUNISTAS / Aline Castro Machado

Aline de Castro Machado é advogada há 18 anos, mãe de Bruno Machado, jornalista, e além de profissional, uma mulher em busca constante de novos desafios. Sente necessidade de refletir para tentar se autoconhecer e ao menos tentar conhecer melhor esse ser tão complexo que é o ser humano.
Apaixonada por um texto de Aina Cruz, intitulado “Teoria das pessoas complexas”, cujos trechos preferidos são: “É um tipo de gente que não sabe comer a vida pelas bordas e já enfia a colher, com tudo, no meio da sopa. Arriscam queimar a língua, porque sabem que se queimar passa… Mas para uma pessoa complexa, é a morte levar a vida a acomodar-se. Fazer as coisas porque vai ser mais confortável ou socialmente aprovado. Não se trata de rebeldia, nem de originalidade. É apenas que um coração complexo pulsa em arritmia, tem um compasso diferente… Essa gente complexa detesta assuntos burocráticos, relações burocráticas, protocolos, regras sociais… Assim, vivem cada dia como se fosse o único, como se fosse o último… Gente complexa tem alma de poeta mesmo quando nunca escreveu sequer um verso”.


alinecmachado@uol.com.br

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