O afastamento social causou na sociedade uma sucessão de reações. Primeiro porque os maridos tiveram que aprender serviços domésticos e conheceram um pouco das dificuldades de suas esposas. As relações intensificaram-se: se eram ruins, ficaram piores; boas, melhores.
Ninguém se lembra do dedo mínimo até que o frature. Por ficarem em casa, as pessoas estão esbarrando em seus móveis e o índice de fratura do dedo mindinho aumentou. Retratos de uma realidade pós Covid-19.
As aulas passaram a ser remotas. Nunca antes o termo remoto foi utilizado tanto para significar contato intermediado por um computador.
Fora a adaptação em relação ao formato do estudo, houve a adaptação econômica. Famílias de classe média precisavam de uma velocidade razoável de internet e, se eram dois ou mais filhos, de mais de um computador.
Conheceu-se a desigualdade social de maneira mais profunda: quanta gente não possui acesso à internet?
Artigo publicado pela Folha de S.Paulo na última segunda segunda-feira, 18 de maio, diz que as teleaulas são, no Brasil, “um vetor de aprofundamento das desigualdades”. Ou seja, sabe-se da realidade de desigualdade. Não se sabe o tamanho dela.
Isso sem falar no documento básico capaz de chamar um indivíduo de brasileiro, a certidão de nascimento. Pois fala-se do trabalhador informal (e até se estima o número), mas pouco do “nativo informal”.
Também se estima que o número de nascidos e não registrados seja grande. Todavia, a quantidade exata é desconhecida. Só que o indivíduo deve mostrar a certidão de nascimento para obter o subsídio do Governo Federal. E o problema aparece. É como se a ferida existisse sem que ninguém cuidasse dela. Será que vai?
Tomara que o isolamento social nos faça repensar em valores nos quais não pensávamos. É preciso melhorar. É preciso evoluir. Tudo terá explicação em algum momento. E quando este momento chegar, seremos melhores. Ou pelo menos, diferentes.
É isso.
José Aurélio Pereira é jornalista, professor universitário e mestre em Comunicação. Atua em Lorena como empresário, no setor da Educação.
É de conhecimento geral que eu também trabalho em uma escola de idiomas. Sempre conciliei o ofício de jornalista ao de professor. Já lecionei muitas disciplinas, mas ensinar inglês é […]
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