Há datas que são como armadilhas escondidas no calendário.
Silenciosas, esperam que um hecatombe
caia sobre elas, deixando sequelas,
tristezas, incertezas e mortes.
Durante trezentos e sessenta e seis dias
acompanhei seu silêncio, sua letargia.
E seu olhar doente, já divisando o longe,
não registrava mais minhas lágrimas.
Depois já sem sorte,
vi como é triste a palidez da morte.
Você sedada, totalmente emudecida,
entre os cabos que a ligavam à vida.
Às vezes, sinto o travo
das últimas palavras que não houve,
do último beijo que não lhe dei,
do último suspiro que não ouvi,
vencida pelo cansaço e sono, mãe.
Mas sei que em muitas noites está ao meu lado,
daquele modo silencioso, sem nada falar.
Apenas inventando um adeus (enquanto eu dormia),
que não nos condenasse ao desespero.
Não há tempo nem idade para aceitar a morte.
Sinto como é difícil o meu mundo sem a sua
presença forte; sob meus ombros pesam
as incertezas das raízes, de que agora
sou realmente órfã, mamãe.
Membro fundadora da Academia de Letras de Lorena, da qual é atualmente a diretora Cultural, Regina Rousseau é licenciada em Pedagogia, professora, escritora e aprendiz de poeta. Compõe versos simples, melódicos e suaves para si mesma e para seu leitor. Em 1998, editou seu primeiro livro de poesias, “O Canto do Rouxinol”. Escreveu outros romances, ensaios e crônicas, muitos a serem editados. Escreveu no jornal Guaypacaré por 16 anos, uma coluna semanal; atualmente, escreve no jornal “O Lorenense”, no Cantinho Literário.
Seis de agosto… manhã de sol. O céu claro sobre Hiroshima permite que seus habitantes, percebam a chegada de seus algozes. Oito horas e quinze minutos, nesse instante, a […]
Filho, honre seus pais, para que seus dias na velhice, sejam tranquilos. O tempo o envelhecerá… e no jogo da vida, você filho, é o atual contestador. Mas amanhã, […]
Esperamos da nova Administração de Lorena, o comprometimento para a reconstrução da nossa Praça. Ela era linda… e perdeu o encanto e a poesia da época em que saíamos do […]
Há algo passado que meus olhos ainda contemplam… os anos dourados de uma geração presente para sempre. Está tudo lá, intocado, nos mínimos detalhes. Nada mudou e nem mudará. Vejo […]
(in memoriam Dom Helder Câmara) Por certo, ao saber que o relógio marca o tempo da paciência, ele tinha o dom de lutar e a linguagem dos pobres falar. […]
Salve 3 de maio! Minhas sobrinhas Bel e Mariana completam 18 primaveras! (para Bel e Mariana) Duas vidas geradas no mesmo ventre. Duas almas tocadas no agora eterno, sem […]
Numa noite escura, Ele, após a ceia, dirigiu-Se, ao Jardim das Oliveiras, onde costumava rezar. Sua alma estava triste até a morte. Testemunhas da Sua agonia foram as oliveiras, […]