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COLUNISTAS / Maria Luiza

Lorena e seus 226 anos

17/11/2014

A Freguesia de N.S. da Piedade completou 316 anos em 15 de agosto. E a Vila de Lorena completou 226 anos no dia 14 de novembro
No dia 6 de setembro de 1998, o historiador prof. José Geraldo Evangelista, o nosso querido e saudoso amigo Zito, escreveu no Jornal Guaypacaré um artigo intitulado “Lorena completa 300 anos”. E terminou o artigo com estas palavras: “Com a mais profunda convicção de que a capela, hoje catedral, e nossa querida Lorena estavam completando trezentos anos de existência, rezei contrito no dia 15 de agosto, agradecendo à Senhora da Piedade as bênçãos derramadas sobre minha terra e sua gente durante estes três séculos”.
No artigo, ele lembra o que escreveu no Boletim Paulista de Geografia, em março de 1957, o historiador e geógrafo lorenense Aroldo de Azevedo, filho de Arnolfo Azevedo: “A fundação de uma cidade, especialmente no período colonial, deve ser contada a partir da construção de sua capela, porque a população dispersa começa a construir suas casas ao seu redor, surgindo ruas e praças e aparece um nome para o lugarejo, daí resultando os numerosos apelativos ligados ao padroeiro”. Assim, já que o mais antigo morador, Bento Rodrigues Caldeira, guaratinguetaense, muito rico, talvez porque tenha sido bandeirante e encontrado ouro nas Minas Gerais, doara com mais outros $200.000 para patrimônio da nova matriz, em 1718.
E o prof. Zito queria achar os documentos que provassem a construção da capela de N.S. da Piedade, para comprovar a existência da declaração de Freguesia para o então Porto de Guaypacaré. Para isso, ele foi a Guará e Aparecida, falou com a historiadora Tereza Maia, nossa amiga, que lhe disse que os documentos, o livro de tombo que ele procurava, haviam sido destruídos pelo tempo.
Não satisfeito com o resultado da procura e acostumado a procurar documentos históricos em antigas bibliotecas e outros lugares, o prof. Zito foi à Cúria do Rio de Janeiro, porque na ocasião da construção da Capela da Piedade, não havia ainda a Diocese de São Paulo e as freguesias e vilas pertenciam à Diocese do Rio de Janeiro. Porém, nada adiantou, pois lá também lhe disseram que o tempo havia destruído os documentos; no caso, o livro de tombos que comprovaria a data da ereção da capela e a fundação da Freguesia de N.S. da Piedade.
Já o nome de Lorena foi dado mais tarde por Bernardo José de Lorena, Conde de Sarzedas, quando elevou a Freguesia à Vila, pois a Freguesia cresceu com os caminhos abertos para o mar e às vilas vizinhas, através do Paraíba, que ali passava forte e animado, e para as serras do leste e oeste. E Lorena tornou-se “mãe” de várias freguesias que foram surgindo, como Piquete, Cruzeiro, Cachoeira (Paulista) e que mais tarde foram ficando independentes. 
E viva Lorena, cada vez mais bela e adiantada, amada e admirada pelos seus filhos e seus moradores, que para aqui vêm de muitos lugares. E que N.S. da Piedade, que lhe deu o primeiro nome, abençoe e proteja todos os seus filhos, os de nascimento e os de chegada. Amém.
E não posso deixar de dizer que meu netinho Fausto nasceu no mesmo dia de Lorena, 14 de novembro. Por isso, peço para ele, que completou oito aninhos, e para seu papai e sua mamãe, bênçãos especiais da Senhora da Piedade, nossa Padroeira muito querida desde o século XVIII.

COLUNISTAS / Maria Luiza Reis

Maria Luiza Reis Pereira Baptista é diretora de escola aposentada, membro da Academia de Letras de Lorena, da qual é sócia fundadora. Membro do IEV (Instituto de Estudos Valeparaibanos) e autora do livro de poemas “Chuva Doce”. Foi colunista do Jornal Guaypacaré durante mais de dez anos, tendo escrito mais de 400 crônicas.

 


baptista@demar.eel.usp.br

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