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COLUNISTAS / Perai, vem cá

O melhor presente de Natal

11/12/2014

Por Isnaldi Rodrigues de Souza Filho
O menino acordou durante a madrugada de véspera de Natal, levantou-se da cama e calçou as meias, para que elas diminuíssem os ruídos dos seus passos. Todo o cuidado era necessário para que ninguém da família também acordasse, pois a missão exigia apenas um membro e era muito simples de ser cumprida: pegar o seu presente sob a árvore de Natal, que ficava na sala de visitas. Ele já sabia de anos anteriores que os presentes eram deixados sob a árvore de Natal à meia-noite. Não pelo Papai Noel, obviamente. O menino já era crescido e não acreditava mais nessas histórias.
Depois de ter calçado as meias, dirigiu-se à porta do seu quarto e, com uma das mãos na maçaneta, hesitou. Por um momento parou e se deu conta de que talvez o que estava fazendo não era certo. Iria estragar a surpresa e decepcionar quem deixou o presente sob a árvore de Natal. Refletiu por uns instantes, mas decidiu continuar.
A cada cômodo por onde passou para chegar à sala de visitas, uma batalha entre sua consciência e a vontade de ver o presente foi travada internamente. Mesmo assim, a ansiedade pelo presente prevaleceu, até que ele finalmente chegou à sala de visitas. Seu coração batia aceleradamente e sua respiração estava ofegante. A sala estava escura e ele não quis acender as luzes. Dirigiu-se para pegar uma das quatro velas que ficavam próximas ao presépio e iluminar o cômodo. Ao fazer isso, observou que o presépio estava incompleto. A manjedoura estava vazia. Apesar de achar isso estranho, prosseguiu. Quando aproximou-se da árvore de Natal, ficou incrédulo. Não havia presentes sob a árvore de Natal! 
Sentiu-se frustrado, enraivecido. Pensou ainda que não fosse meia-noite e enquanto procurava inutilmente pelo presente aos arredores da árvore de Natal, um clarão iluminou a sala através de uma janela.  O menino então foi até ela e viu uma estrela cadente cortar o céu, ao mesmo tempo que o relógio marcava meia-noite. Só então ele entendeu que aquele era o anúncio do seu presente. O melhor presente que poderia receber em sua vida. Virou-se e viu que o presépio estava, agora, completo.
Sobre o autor

Isnaldi Rodrigues de Souza Filho é engenheiro de materiais formado pela Escola de Engenharia de Lorena – Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, é aluno de mestrado na mesma instituição e, ao longo de suas atividades acadêmicas, tem desenvolvido parte dos seus trabalhos no exterior. Sempre gostou de literatura e teve algumas de suas poesias contempladas pelo concurso Poeta de Gaveta da USP. Também é membro fundador da Academia Jovem de Letras de Lorena.
Esse texto é de exclusiva responsabilidade do autor. A AJLL não se responsabiliza pelas possíveis opiniões aqui apresentadas. Respeitamos a criação literária de cada autor, difundindo linguagem literária de linguagem gramatical, em textos que julga ser necessário.

COLUNISTAS / Academia Jovem de Letras

Espaço reservado às produções dos acadêmicos da Academia Jovem de Letras de Lorena.  Membros da AJLL: Beatriz Neves, Camila Loricchio, Danilo Passos, Gabriela Costa, Gustavo Alves, Gustavo Diaz, Heron Santiago, Isnaldi Souza, Jéssica Carvalho, João Palhuca, Julia Pinheiro, Lelienne Ferreira, Lucca Ferri, Samira Tito, Thiago Oliveira, Vânia Alves e Wagner Ribeiro.


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