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COLUNISTAS / O saber acontece

A química que transforma

30/01/2015

A palavra mais próxima da Química é transformação, embora muitos a relacionem com atração, até de forma conotativa, quando se diz haver “química” entre pessoas. Transformar as substâncias e o mundo é o que me fascina na Química.
Uma reação química nada mais é que uma transferência de elétrons, a mudança de lugar dessas subpartículas atômicas. Tudo regido pela termodinâmica e pela cinética. A primeira avaliará a energia envolvida e a segunda, o caminho e o tempo necessário para acontecer a reação.
Longe dos conceitos árduos envolvidos, procura-se apresentar aos estudantes, especialmente os do Ensino Médio, a Química de forma atrativa, dinâmica e sempre correlacionada com os acontecimentos à volta do aluno. Ou seja, nada mais simples que apresentar uma ciência natural de forma natural. O formalismo é importante em um segundo estágio, quando conceitos e a paixão pela ciência se estabelecem. A intimidade traz o devido aprofundamento, como acontece em qualquer outra forma de relacionamento. Amar a ciência é vivê-la todos os dias, reinventando-a, redescobrindo-a. Tal como se faz (ou se deveria fazer) frente à pessoa amada.
Experimentos interessantes mostrados em sala de aula, laboratório ou feiras de ciências devem ser não apenas coloridos ou pirotécnicos. Devem, de forma rápida e direta, demonstrar um conceito. No entanto, algumas vezes a ação espalhafatosa embaça o aprendizado. Sem contar as inúmeras acepções jocosas e deletérias que a mídia relaciona com a química. “Produtos sem química” ou “fazer química no cabelo” são expressões equivocadas e fazem apenas aumentar a ignorância e a distância dos educandos em relação à ciência. Mas, temos a cozinha de casa, que é o melhor dos laboratórios e não é necessário ir a fundo para notar a diferença entre um grão de arroz cru e um cozido. Química na cozinha já foi tema de coluna no Guaypacaré e parece que continuamos com ele por aqui. 
Entender as transformações para transformar o entendimento do mundo. Eis um belo desafio.

COLUNISTAS / Adilson Gonçalves

Pesquisador científico, formado em Química pela Unicamp. Foi professor na EEL-USP, em Lorena, por 20 anos, e atua na pesquisa de biocombustíveis e conversão de biomassa vegetal. Presidiu o Conselho Municipal de Meio Ambiente de Lorena por dois mandatos e é membro fundador da Academia de Letras de Lorena, tendo sido seu presidente por quatro anos.


priadi@uol.com.br

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