• SANTA CASA SECUNDARIO

FOTOS
VÍDEOS
COLUNISTAS / Maria Luiza

Com saudades da Mantiqueira…

23/02/2015

Sim, viajei para as regiões central e noroeste do estado e fiquei dois dias sem contemplar a serra. A minha visão para fora do carro era para planícies tratadas, cuidadas, certamente não mais com o café que enriqueceu a região quando, no final do século XIX, saiu do Vale do Paraíba, onde não dava mais, para aquela região do estado de São Paulo. Agora, com certeza, as plantações que enxerguei de passagem, na planície, eram de cana de açúcar. A região habitada principalmente por descendentes dos imigrantes italianos que a colonizaram foi e continua rica, mesmo sem a visão surreal da Mantiqueira.
Porém, mesmo longe da Mantiqueira, e sem avistar outra serra (nem morros isolados), como valeu a pena, como foi bom encontrar os primos que eu não via há mais de trinta anos, e rever a terra natal Batatais, onde dormem meus ancestrais maternos!
Rever a igreja matriz do Senhor Bom Jesus da Cana Verde, onde fui batizada e onde também foi batizado (olha que honra!) o famoso pintor Cândido Portinari, nascido em Brodósqui, que por muito tempo foi distrito de Batatais. Encantei-me vendo mais uma vez sua bela obra artística na arte sacra. A gente fica contemplando sem querer sair do lugar. E fiquei me lembrando que me contaram que os quadros ficaram guardados por muito tempo esperando autorização da igreja para poderem ser ali colocados.
E os meus primos e primas batataenses e orlandenses (de Orlândia), como estão? Estão ótimos, acolhedores como sempre, amigos, matando saudades e lembrando os que, infelizmente, já partiram. Foi bom rever a prima Vera, lúcida, simpática e acolhedora aos 93 anos. Vera ainda se recupera da perda de seu único filho, o querido e saudoso Chiquinho, amigo de todos, há poucos meses. Também no ano passado, perdemos a prima Rosinha (Rosa Altiva) na casa dos noventa anos, em Guaíra. Encontrei primos aposentados, como a Neusa, que tão carinhosamente olha pela sogra Vera, sua filha Patrícia, advogada que trabalha no Fórum Judiciário de Ribeirão Preto, como sua mãe também trabalhou; primos jovens que eu não conhecia, como Helena, estudando Direito em Franca e já trabalhando, e Laura (de olhos verdes!), estudando Engenharia Ambiental na Federal de Uberlândia.
Valeu rever e conhecer os primos, os parentes que moram distante (quero lembrar que Neusa avisou os primos que moram em outras cidades e eles vieram a Batatais rever a prima de Lorena!). É trazer os ancestrais para o presente, é lembrar e comemorar os alicerces da família… Valeu ficar longe da Mantiqueira…

COLUNISTAS / Maria Luiza Reis

Maria Luiza Reis Pereira Baptista é diretora de escola aposentada, membro da Academia de Letras de Lorena, da qual é sócia fundadora. Membro do IEV (Instituto de Estudos Valeparaibanos) e autora do livro de poemas “Chuva Doce”. Foi colunista do Jornal Guaypacaré durante mais de dez anos, tendo escrito mais de 400 crônicas.

 


baptista@demar.eel.usp.br

MAIS LIDAS