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COLUNISTAS / Maria Luiza

O tempo passou…

28/02/2015

Os ecos do Carnaval já estão indo, inclusive os do Rio e os do Nordeste. O povo brasileiro (não todo) já mostrou do que mais gosta. Já cantou, se divertiu e cansou. As flores rubras dos flamboyants já enfeitaram o fim do ano, o Natal, o ano novo e poucas da última primavera ainda restam nas árvores. As sibipirunas douradas já encantaram a primavera e o verão e já murcharam. As chuvas, porém (ainda bem!), apesar de ouvirmos todos os dias que não tem água e que a água vai acabar, estão aqui e ali (até em São Paulo!) e quase todos os dias nos assustando com seus trovões alarmantes.
Hoje, 28 de fevereiro, sábado, faltam apenas 21 dias para o outono chegar (até que enfim!). As quaresmeiras já estão florescendo lindamente de roxo e as igrejas lembram a quaresma todos os dias. Graças a Deus! Sempre graças a Deus, seja qual tempo for!

1945-2015: 70 anos da Segunda Guerra Mundial
Este ano, em 8 de maio, comemoraremos 70 anos do término da Segunda Grande Guerra. E ficamos lembrando os milhares de jovens, belos, na flor da idade, que derramaram seu sangue nesta guerra sangrenta e absurda, comandada, podemos dizer, por dois loucos: Hitler e Mussolini. 
E muitos brasileiros, em 1944, partiram para a Itália a fim de ajudar a combater os nazistas, principalmente em Monte Castelo, onde, infelizmente, muitos morreram ou ficaram feridos, mas fizeram os inimigos recuarem. O Brasil entrou na guerra depois que dois navios nossos que iam para o nordeste foram torpedeados. Várias pessoas de famílias lorenenses, principalmente de militares que foram transferidos, estavam num dos navios e perderam suas vidas.
O tempo da guerra foi um tempo difícil. O trigo que era importado não veio mais e faltou para fazer o pão, o pão nosso de cada dia, que passou a ser feito com o fubá misturado. Muitos não acatavam, inclusive o meu tio Mário e o dono da principal padaria da cidade, o Zé Carreira, que quase foram presos, um por fazer o pão de trigo, o outro por comer… 
O São Joaquim precisou fechar seu internato e muitos alunos tiveram que ficar morando em pensões. Mesmo assim, a juventude, os adolescentes continuaram seus estudos, assim como suas brincadeiras, as domingueiras no Comercial, os passeios de bicicleta pela cidade, os namoros no jardim da praça…
Lembro-me do belo dia de 1945, quando o trem especial parou na estação trazendo os pracinhas do então 5º R.I. que tinham ido lutar na Itália, muitos feridos, como o Cap Henrique Vicente Penha. O Cap Henrique, casado com minha amiga Joaninha, com quem fundou uma grande e bela família, com seis filhas e um filho. As filhas são: Lígia, Sonia, Sílvia, Elizabete, Silvana e Bárbara, nossa amiga que prestou uma bonita homenagem a seu pai para um jornal da terra do seu nascimento. O filho é o Henrique Filho, médico oftalmologista, muito conceituado e estimado, que mora em São Paulo. 
Outro nome que me vem à memória é do Milton Areco, que também lutou na Segunda Guerra. Bárbara procurou e achou com militares os nomes de seis pracinhas que na casa dos noventa anos residem em Lorena. É uma honra para a cidade conhecê-los pessoalmente. Lorenenses ou não, foram corajosos e lutaram por um mundo mais justo, não governado por monstros como Hitler e Mussolini. São eles: José Valentim Correia, Nilo Ferreira Pinto, Mário Alves Sardinha, José Lourenço, José Júlio, Agenor Lúcio de Souza. 
Que Deus continue abençoando a eles e às suas famílias, ainda hoje, 70 anos depois. Amém!

COLUNISTAS / Maria Luiza Reis

Maria Luiza Reis Pereira Baptista é diretora de escola aposentada, membro da Academia de Letras de Lorena, da qual é sócia fundadora. Membro do IEV (Instituto de Estudos Valeparaibanos) e autora do livro de poemas “Chuva Doce”. Foi colunista do Jornal Guaypacaré durante mais de dez anos, tendo escrito mais de 400 crônicas.

 


baptista@demar.eel.usp.br

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