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COLUNISTAS / O saber acontece

Grêmio Internacional

11/03/2015

Não, não será uma coluna futebolística sobre os times gaúchos. Nem uma discussão sobre as idas e vindas do ludopédio. Mas, se o título chamou a atenção por isso, mostra que ainda temos um desbalanço entre o interesse por atividades esportivas e científicas.
Sim, trata-se do caráter internacional das atividades acadêmicas, de graduação e pós-graduação, que as universidades e faculdades no país fazem – ou deveriam fazer. Nesta semana o Reitor da USP discorreu sobre o incentivo a programas de internacionalização para melhorar a posição daquela universidade nos rankings mundiais, que levam em consideração como um dos itens da avaliação qual o envolvimento de grupos de diferentes países nos trabalhos científicos publicados e na ação junto aos cursos de graduação e pós-graduação. 
Temos poucos incentivos para tais atividades e são dignas de nota as iniciativas individuais, como O Lorenense divulgou sobre a vinda de pesquisador à EEL em Lorena. A Unicamp lançou um edital com financiamento para estimular seus docentes a apresentarem propostas e projetos para trazer mais pesquisadores estrangeiros que possam contribuir com esse ambiente multicultural e internacional que um centro de excelência em pesquisa e ensino precisa possuir.
Para o último conjunto de alunos de doutorado sob minha orientação procurei propiciar ao menos um estágio de média duração em instituição de renome no exterior. No último ano, três alunos passaram de quatro a dez meses nos EUA e outra aluna ficou alguns meses na Suíça. Experiência que se traduz por melhor entendimento do trabalho em equipe, das possibilidades de colaboração e diversidade de conhecimento e opinião ao lidar com um problema experimental e fazer ciência cada vez em níveis melhores. Os contatos partiram tanto de mim como dos próprios alunos e creio que foi uma experiência benéfica para todos os envolvidos.
Assim, esse enorme grêmio, aglomerado de pessoas, ideias e ideais, que é a universidade, precisa buscar soluções para seus impasses de internacionalização. Ouvir as experiências de seus docentes e alunos é um bom começo.

COLUNISTAS / Adilson Gonçalves

Pesquisador científico, formado em Química pela Unicamp. Foi professor na EEL-USP, em Lorena, por 20 anos, e atua na pesquisa de biocombustíveis e conversão de biomassa vegetal. Presidiu o Conselho Municipal de Meio Ambiente de Lorena por dois mandatos e é membro fundador da Academia de Letras de Lorena, tendo sido seu presidente por quatro anos.


priadi@uol.com.br

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