Não vi o programa da Festa da Padroeira este ano, mas hoje, 12 de agosto, deve ser o 7º dia da novena da festa que será celebrada, como há mais de 300 anos no dia 15 de agosto. E na festa se misturam fé e história. Com certeza até os nômades purís, nos primórdios, participavam da festa.
Sabemos que Lorena nasceu com o nome de Freguesia da Piedade (antes Guaypacaré) aqui, em volta da capelinha, onde todos os que passavam para subir a serra em busca do ouro paravam para rezar e pedir a benção da Mãe Piedade.
Este ano não estou ouvindo o anuncio da festa: nem foguetes, nem sino. E a minha casa não é assim tão longe da Catedral… Devido aos meus problemas de artrose, não estou participando da festa, mas hoje irei, acompanhada da minha nora Lourdinha, e espero matar a saudade das animadas celebrações de outrora. Espero ouvir a bonita e santa homilia em honra da Mãe de todos nós, lorenenses, como também ouvir o belo coral.
Espero ainda ter a alegria de encontrar os amigos e companheiros da Irmandade que vêm para a festa e, principalmente, contemplar a bela e santa Imagem, lembrando a poesia que fiz para ela há alguns anos, da qual recordo aqui os versos:
Senhora e Mãe da Piedade!
Senhora nossa e de nossas mães
Senhora de toda a mulher
cujo seio abriu-se em dor
para dar à luz a vida
que gerou no amor…
Senhora de todos e de todas, que,
antes de nós
pisaram a Terra
o mato e a pedra,
banharam-se no rio.
Colheram goiabas,
derrubaram no chão a semente…
E entoaram cantigas de amor
à fé e à liberdade
embalados pelo calor
que destas brancas terras eclodia
em anseios de vida e força…
Senhora da Piedade!
Senhora dos homens e dos anjos,
da terra, da serra e do rio
que sob o seu nome
deram-se as mãos
nos aconchegos doces e verdes do vale.