Os questionamentos da semana passada ainda permanecem. Não recebi respostas ou compartilhamento das mesmas dúvidas. Deixemos assim, um pouquinho mais de amadurecimento para ver se dali algo advém.
Adentro a sumarização de dois outros fóruns de que participei, um sobre narrativas digitais, o outro, mais polêmico, sobre a política cultural. Ambos aconteceram na Unicamp.
O objetivo do fórum sobre política cultural era trazer à discussão a construção da cultura. Pudemos ouvir o Secretário Municipal de Cultura de Campinas, Claudinei Carrasco, que também é docente-pesquisador do Instituto de Artes da Unicamp. Pontos chaves: saber se pequenas ações levam a resultados e fazer a máxima aproximação com a sociedade. Penso nos concursos culturais promovidos em Lorena, como o de cartas de amor e o de declamação, por meio dos quais muitos se destacaram e se inseriram na vida cultural da cidade.
De forma mais pragmática, está sendo elaborado o Plano Nacional de Cultura e os representante do MinC reforçaram a chamada para que todos contribuam com sugestões no site do Ministério. São muitas metas, 53 no total, mas passíveis de elaboração, ampliação e reformulação, além do momento em que se realizam eleições para alguns conselhos envolvidos. Temas como autonomia cultural, diversidade cultural e cidadania cultural povoaram o debate.
Mais cultura na Universidade é algo que falta. Vi isso de perto na USP quando tive o privilégio de participar do Conselho de Cultura e Extensão, como representante da EEL
No fórum sobre narrativas digitais na perspectiva da educação, o debate foi sobre novas possibilidades educacionais e o meio de representar conhecimento. O currículo é prescrito ou imposto, o que modernamente tem sido substituído por “atos de currículo”. Deve haver um diálogo entre ambiente formal da escola com os ambientes não formais e informais. O aprendiz passa a ser protagonista e autor.
Houve uma apresentação interessante sobre narrativas e a interação humano – artefato digital, sendo que houve um aumento vertiginoso do número de aparelhos de conexão por pessoa no mundo, chegando a cerca de 3-4. Uma boa reflexão sobre a ditadura desses novos meios e que não podem ser tomados como coisa natural. Certo que deve ser trazida a diversão ao processo de aprendizagem, e a tecnologia pode afastar da sala de aula, mas isso é um fato/efeito que deve ser utilizado a favor do processo. No final do debate, uma discussão interessante sobre comunidades caiçaras, na forma de contextos artísticos contemporâneos, um projeto de resgate da cultura do mar e da serra.