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COLUNISTAS / O saber acontece

Ciência, feminismo e outras indagações

15/10/2015

Assistindo ao filme “Guerra dos Mundos”, versão de 1953, com Gene Barry e Ann Robinson, alguns pontos referentes ao conhecimento científico da época chamam a atenção, além, é claro, dos saborosos “defeitos especiais” dos canhões de energia vindos das espaçonaves alienígenas e outros recursos para movimentação desses veículos espaciais.
Conceitos, tais como o de contaminação radioativa, ainda não eram totalmente conhecidos e esclarecidos, tanto é que uma bomba é detonada bem próximo aos habitantes e curiosos, com a precaução apenas de se usar óculos escuros pela luminosidade e ficar protegido do forte vento resultante da explosão.
A obra é baseada no livro de ficção científica de H.G. Wells escrito em 1898, que foi adaptado por Orson Welles em 1938, em uma transmissão radiofônica que causou enorme pânico, dada a realidade na forma com que Welles fez a interpretação. A semelhança de sobrenomes entre os dois sempre me causou confusão, ainda mais com esse encontro artístico.
Alega-se que em 1938 o rádio era a única forma de informação rápida e de massa e que a falta de conhecimento das pessoas levou a acreditarem no que ouviam, não discernindo que se tratava de uma releitura de uma obra de ficção. Hoje, não é muito diferente das ondas de boatos e de ódio que se difundem na internet, com semelhante nível de ignorância.
Por fim, é notório como a condição feminina era tratada na época. A coadjuvante que se envolve com o protagonista é também a que cozinha, mesmo em condição adversa após o ataque extraterrestre, e a que ainda se horroriza com a presença de sangue em uma echarpe, no caso, sangue marciano. A outra personagem feminina de destaque é que trabalha no laboratório de pesquisa que chegou perto da resposta de como combater a invasão extraterrestre. Ou seja, a tecnologia muda, mas a condição humana não parece muito diferente.

COLUNISTAS / Adilson Gonçalves

Pesquisador científico, formado em Química pela Unicamp. Foi professor na EEL-USP, em Lorena, por 20 anos, e atua na pesquisa de biocombustíveis e conversão de biomassa vegetal. Presidiu o Conselho Municipal de Meio Ambiente de Lorena por dois mandatos e é membro fundador da Academia de Letras de Lorena, tendo sido seu presidente por quatro anos.


priadi@uol.com.br

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