Cap Nogueira, comandante da PM de Lorena, diz que estreitar laços com a comunidade é essencial para melhorar o trabalho preventivo de violência
Um assalto no final da tarde, com loja lotada de clientes, sob a ameaça de uma arma. A apreensão de um menor foragido da Fundação Casa, após perseguição que fechou o comércio. Mais um assalto na rua, correria, gritaria e um empresário baleado, mesmo sem ter reagido. Três acontecimentos consecutivos, um a cada semana, que instalaram clima de pânico entre comerciantes, médicos e moradores da avenida Godoy Neto e imediações.
As providências: um abaixo-assinado, dirigido ao secretário municipal de Segurança Pública, Cap Elton Ribeiro, com um apelo por mais segurança. Na data de entrega do documento, realizada nesta terça-feira, 20 de outubro, reunião já estava agendada na sede da Secretaria, pelo Cap Elton, com representantes dos comerciantes; o comandante da 1ª Cia. PM de Lorena, Cap Geraldo Nogueira; e o diretor da Guarda Civil Municipal, Norival de Souza.
Insegurança que se agrava em dia de feira
Assim que a reunião começou, Cap Elton disse que aquela região da Vila Celeste tem pontos problemáticos no quesito segurança: avenidas Oswaldo Aranha, Godoy Neto, Cap Messias Ribeiro, rua Delfim Bittencourt e adjacências. Os comerciantes lembraram que aos sábados, dia de feira, a situação se agrava, com os “guardadores de carro” que se multiplicam, muitos consumindo bebidas alcoólicas, fazendo algazarra, gritaria e intimidando pedestres e motoristas, principalmente os que se recusam a dar dinheiro a eles.
Cap Nogueira reconheceu que a população realmente tem motivos pra ficar alarmada, embora os três acontecimentos não tenham relação um com o outro. “As feiras apresentam um grande problema para nós, porque as pessoas entram com dinheiro e saem com produtos. Então, o interesse dos bandidos nunca acaba. Gostaria de ter recursos suficientes para parar uma viatura no começo e outra no final da feira, toda semana, em todos os locais onde ela ocorre, mas não tenho. Por isso é importante a participação da comunidade. Toda vez que sou procurado, faço questão de atender, porque estabelecemos um laço. Eu não estou lá todos os dias, meus policiais também não. Mas o comerciante, o morador, sim. E eu preciso saber o que a comunidade está vendo quando não estamos presentes. Toda informação é interessante. Precisamos contar com essa colaboração para atuarmos de forma mais eficiente, porque vamos manter o policiamento durante as feiras e intensificar a ronda ostensiva durante a semana”, disse.
Ainda sobre a questão, Cap Nogueira explicou que não pode impedir uma pessoa de estar em um lugar se não houver prática delituosa. “O ideal seria uma legislação federal em relação aos ‘guardadores de carro’, mas ela não existe. Vivemos uma insegurança jurídica”.
Cap Elton lembrou que a Sads (Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social) mantém, em Lorena, a Casa da Acolhida. “É um local onde esses moradores de rua recebem alimentação, podem tomar um banho, dormir… mas lá eles têm que seguir regras; e isso a maioria não aceita. Preferem ficar nas ruas, intimidando outras pessoas. A orientação que a gente faz é para nunca dar dinheiro a eles, porque isso alimenta a situação”.
Instalação de câmeras de monitoramento é aliada na segurança
Tanto Cap Elton quanto Cap Nogueira e o chefe da Guarda Civil foram unânimes ao afirmar que a instalação de câmeras de monitoramento ajuda bastante a inibir a ação dos criminosos. Porque onde há câmeras, vai haver provas contra os autores dos crimes.
E diante de qualquer atitude suspeita, não hesite: acione a Polícia Militar pelo 190, orienta o Cap Nogueira. “Mas o que posso considerar uma atitude suspeita?”, questionou um dos comerciantes. E Cap Nogueira prontamente esclareceu: “Tudo o que estiver fora da normalidade. Desconfiou, viu uma pessoa diferente, chame a Polícia. Quanto mais conseguirmos unir a população e a Polícia Militar, diminuir as distâncias, melhor, para conseguirmos melhor a prevenção”.
A questão do 190
Os comerciantes também questionaram o fato do 190 ser centralizado em São José dos Campos, onde os atendentes não conhecem a realidade local, não sabem se localizar. O Copom atende 39 cidades e conta com 100 policiais neste atendimento de emergência.
“Não é o sistema ideal, mas se fosse municipal, seria pior. Por exemplo, o sistema centralizado evita a possibilidade de prioridades pessoais. Temos falhas sim, precisa melhorar, mas também temos pontos positivos. O sistema é via rádio e a informação é instantaneamente repassada para os policiais da cidade. As ligações são gravadas, de forma que as pessoas que são atendidas podem reclamar e comprovar, caso sejam mal atendidas. Estamos muito melhor que hoje que há dez anos. Daqui a dez anos, estaremos muito melhor que hoje. A demanda é grande, porque atendemos todo tipo de ocorrência, mas o objetivo é sempre melhorar”, afirmou Cap Nogueira. “Dentro do que disponho, vou fazer tudo o que puder”.
Guarda Civil Municipal no apoio ao trabalho de prevenção ao crime
O diretor da GCM, Norival de Souza, também colocou-se à disposição dos comerciantes. “Já pedi atenção especial àquela região aos meus homens de plantão. Precisamos ter mais condições de trabalho. Não podemos trabalhar armados ainda e essa é uma desvantagem em relação à PM; eles têm um aparelhamento maior. Mas a nossa vontade de trabalhar é grande e a observação vem sendo feita, auxiliando a Polícia Militar”.
Norival também acrescentou que sua equipe tem anotado até as ruas onde não há iluminação, para que as providências sejam tomadas pela Garagem da Prefeitura. “Tudo que favorece a marginalidade vem de encontro às necessidades da população. Estamos atentos a isso”.
“Quando assumi, a Secretaria não tinha estrutura nenhuma, resultado de várias administrações anteriores, que não deram a devida importância para a segurança pública, acredito eu que por acreditarem que este é um dever do Estado e não do município, o que é um enorme engano”, lembrou Elton.
“A Lei do Estatuto da Guarda Municipal existia em Lorena desde 1993, mas estava obsoleta. Uma das primeiras providências que tomei foi a de readequar esse Estatuto”, explicou. “Todas as adequações que fizemos foi para estarmos de acordo com a Lei Federal que dispõe sobre o Estatuto Geral das Guardas Civis Municipais, vigente desde 2014”, disse Elton.
Regularização da Guarda Municipal, que passa a ter poder de Polícia
O secretário esclareceu que o processo de regularização da Guarda Municipal está sendo cumprido, junto ao Governo do Estado, à Polícia Federal e ao Exército Brasileiro. “Agora, com o Estatuto regulamentado, inclusive com base na Lei Federal, a atribuição da Guarda Civil Municipal inclui a preservação do patrimônio público – prédios, praças públicas… Essa é uma inovação. E a partir da regularização, os guardas municipais passarão a ter poder de Polícia, realizando patrulhamento preventivo. Portanto, além de proteger o patrimônio público, nossos profissionais poderão também proteger as pessoas nas vias públicas. O mesmo serviço realizado pela Polícia Militar, mas com a vantagem de que poderão patrulhar mais, pois não terão que atender aos chamados do 190”, destacou Cap Elton.
“Hoje, quando é necessária a atuação policial, o lorenense precisa ligar para o 190. Mas peço para que liguem para a Guarda Civil também, para podermos auxiliar no trabalho de observação. O telefone do pronto atendimento da GCM é o 99739 2761”, registrou Norival de Souza.
Medidas pessoais de segurança
Antes de finalizar a reunião, da qual os comerciantes saíram satisfeitos, tanto pela atenção que receberam quanto pelo compromisso com um trabalho preventivo contra a violência mais eficiente, Cap Elton explicou algumas medidas de segurança simples, mas interessantes. “Existe uma coisa que chamamos de triângulo do crime, que engloba as três condições necessárias para que o bandido atue: oportunidade, atratividade e técnica. A técnica não tem jeito, o criminoso já tem. Mas em relação à oportunidade a à atratividade, podemos tomar providências. Às vezes, um momento de desatenção é o suficiente para deixar as pessoas vulneráveis. Portanto, estejam sempre atentos”.
Além das câmeras de segurança nos estabelecimentos comerciais, outras dicas importantes são:
– Não utilize sempre o mesmo percurso. Alterne seus caminhos, de carro ou a pé.
– Esteja atento à entrada e saída de casa. Quando estiver chegando em casa, principalmente à noite, peça que alguém da família o espere.
– Se você está trabalhando e não há movimento, vá para a porta do comércio ou peça que um funcionário o faça. Fique na calçada, observe o movimento da rua, as pessoas que por ali circulam… Peça para seus vizinhos – de comércio e de casa – também o façam. Assim, vocês vão se revezando e sempre haverá alguém atento.
– Não revele hábitos particulares a pessoas estranhas nem converse sobre eles em locais movimentados.
– Não divulgue informações pessoais nas redes sociais e oriente seus filhos também quanto a isso.
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