Força Tática já havia prendido autor do disparo contra empresário na semana passada por tráfico de drogas. E seu comparsa, que pilotava a moto, foi identificado nesta quarta-feira. Mesmo tendo confessado sua participação no crime, após ser ouvido, foi liberado, por estar livre do flagrante
Um crime que alarmou ainda mais a população de Lorena, que já anda assustada pelas ruas com a quantidade de assaltos que vêm ocorrendo na cidade. Um empresário vítima da frieza de um criminoso, que levou um tiro na perna mesmo sem reagir ao assalto, na frente de sua filha. O fato aconteceu na avenida Godoy Neto, próximo à Prefeitura, em plena uma hora da tarde de um dia de trabalho, no início do mês de outubro.
Isso sem contar que, duas semanas antes desta tentativa de latrocínio (roubo seguido de morte), já havia acontecido um assalto no final da tarde, na mesma avenida, em outra loja, lotada de clientes, sob a ameaça de uma arma. Uma semana antes do assalto a este empresário, um menor foragido da Fundação Casa foi apreendido também na Godoy Neto, após perseguição que fechou o comércio. Três acontecimentos consecutivos, um a cada semana (entre final de setembro e início de outubro), que instalaram clima de pânico entre comerciantes, médicos e moradores da avenida Godoy Neto e imediações.
Crime esclarecido
Desde o dia da tentativa de latrocínio (13 de outubro), a Força Tática de Lorena vinha realizando diligências no sentido de identificar os autores do crime. De acordo com equipe da Força Tática, após intenso trabalho, foi possível visualizar a moto utilizada pelos criminosos (uma XRE vermelha) e a placa graças às câmeras de monitoramento de um estabelecimento comercial próximo.
Pela placa, identificou-se o cadastro da proprietária, moradora de Guaratinguetá. Porém, esta informou à Polícia Militar que já havia vendido a moto para uma mulher que mora no bairro Ponte Nova, em Lorena. Diante das informações, os policiais foram até o local informado nesta quarta-feira, 4 de novembro. Chegando à casa, na rua Benedito Gonçalves Sanches, já visualizaram a moto na garagem. Os policiais foram recebidos pela referida mulher. Logo atrás, veio seu filho, G.L.B.S., 23 anos, sem antecedentes criminais.
Em entrevista a este Portal de Notícias, a equipe que atendeu a ocorrência disse que, em conversa ainda em sua casa, G.L.B.S. confessou que pilotava a moto no dia do crime; que ficou acompanhando a tudo que seu comparsa fazia durante o assalto; e que depois ajudou na fuga.
Além da moto utilizada no crime, também foram localizados e apreendidos o capacete e a camiseta que G.L.B.S. usava, identificados pelas filmagens. Ainda de acordo com a Força Tática, G.L.B.S. confessou que seu comparsa na tentativa de latrocínio era M.A.R., 23 anos, morador da rua Pereira Barreto, também no bairro Ponte Nova. O detalhe é que M.A.R. já estava preso desde a semana passada, mas por outro crime. Foi flagrado pela Força Tática no tráfico de drogas na rua Goitacazes, bairro Cidade Industrial. Mas ainda não havia sido identificado pela tentativa de latrocínio. Outro dado interessante é que M.A.R. havia saído da cadeia há pouco mais de um mês; estava preso por roubo.
A suposta arma utilizada na tentativa de latrocínio – uma garrucha calibre 32 – estava escondida na casa de I.L.S., 18 anos, também morador da Ponte Nova.
G.L.B.S. e I.L.S. foram conduzidos ao plantão policial, na Delegacia do Centro, para elaboração de Boletim de Ocorrência, oitiva pelo delegado de plantão e demais providências; e apreendidas a moto, a arma, a camiseta e o capacete. Na sequência, as vítimas foram procuradas pela Polícia Militar e reconheceram o autor dos disparos. Não reconheceram o condutor da moto, pois ele acompanhava a cena a certa distância. Mas reconheceram a motocicleta, a camiseta e o capacete utilizados por ele, graças às imagens das câmeras de monitoramento, das quais pai e filha também já tinham conhecimento.
Mesmo diante da confissão de sua participação no crime, após ser ouvido, G.L.B.S. foi liberado. Revoltante, mas as leis brasileiras (Código Penal e a Constituição) garantem liberdade ao criminoso que não é pego em flagrante. A expectativa agora é para que sua prisão preventiva seja expedida o mais rápido possível.
M.A.R., o autor do disparo que atravessou a perna do empresário, está preso por tráfico de drogas e agora deve responder também na Justiça por tentativa de latrocínio. G.L.B.S. deve ser indiciado como coautor de tentativa de latrocínio. E I.L.S., que ficou preso, deve responder por porte ilegal de arma de fogo.
Veja matéria do apelo dos comerciantes da Godoy Neto às autoridades, por mais segurança: http://olorenense.com.br/2015/10/23/comerciantes-da-godoy-neto-fazem-apelo-as-autoridades-por-mais-seguranca
Leia também a coluna “Falando sério”, do policial civil do D.H.P.P. de São Paulo, João Barbosa: A importância da participação da sociedade no combate à criminalidade – http://olorenense.com.br/2015/11/05/a-importancia-da-participacao-da-sociedade-no-combate-a-criminalidade/
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