Deveríamos ficar constrangidos ao fazer o churrasco do mês? Os escorpianos da família não iriam perdoar se não houver uma boa comemoração. Esposa, mãe, irmão e vários amigos completam o ciclo solar neste mês e o churrasco é sempre a primeira opção de confraternização. Mas eis que aparecem estudos “novos” mostrando que um baconzinho ou uma carne assada na churrasqueira são tão danosos para a saúde como o ato de fumar.
Revisei alguns textos escritos para o Jornal Guaypacaré e resgatei um publicado dois anos atrás, em 5-11/10/2013 (“Armas químicas, poluição e churrasco”, edição 1477, p. B2), no qual afirmei que “a inalação do ar que nos fazem respirar é pior para a saúde do que apreciar uma carninha assada com amigos e familiares”. A constatação hoje é a mesma, pois o referido estudo não é tão novo assim e o que ele afirma é em termos de probabilidades para o desenvolvimento de câncer, conceito longe do entendimento de boa parte da população. Não houve o mesmo destaque para o fato de que, nesse mesmo estudo, foi informado que a ingestão de álcool é muito mais importante para o desenvolvimento de câncer do que comer presunto. Porém, até a famosa apresentadora de TV disse que deixará de fazer propaganda de produtos de carne processada em função dessas notícias. Que consciência! Mas acabar com a propaganda de cerveja e outras bebidas alcoólicas, disso ninguém foi até agora capaz.
A Folha de S. Paulo fez um editorial sobre o assunto para o qual enviei um comentário não publicado que transcrevo aqui, repetindo-me em parte:
Chama a atenção no editorial “Bacon na berlinda” (30/10), que há sempre um vilão alimentício de tempos em tempos. O problema maior com esses estudos é que são em base estatística, pouco entendida pela população, que vê o dado absoluto e não suas margens de confiança. Além disso, são confundidos dois dados: o número de mortes efetivamente ocorridas e a probabilidade de um alimento ou hábito virem a causar o surgimento de um câncer, fato que depende de outros fatores. O importante na alimentação é o equilíbrio, que a química nos ensina ser dinâmico, pois mesmo água em excesso pode causar hiperidratação ou afogamento.
Pesquisador científico, formado em Química pela Unicamp. Foi professor na EEL-USP, em Lorena, por 20 anos, e atua na pesquisa de biocombustíveis e conversão de biomassa vegetal. Presidiu o Conselho Municipal de Meio Ambiente de Lorena por dois mandatos e é membro fundador da Academia de Letras de Lorena, tendo sido seu presidente por quatro anos.
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