História
Até 1934, funcionou no local o Campo de Sementes, conhecido como Sementeira. Nesse período, a área foi reflorestada com centenas de espécies, pois não existia mais vegetação. Naquele ano, foi criado o Horto Florestal de Lorena. Sempre produzindo mudas de espécies nativas e exóticas, a partir de 1967, com a criação do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), o Horto foi transformado em Estação Experimental Florestal, anos depois denominado Estação Florestal Experimental Dr. Epitácio Santiago, em homenagem ao administrador do Horto, que promoveu todo o reflorestamento da área, entre 1930 e 1960. Em 1991, começou a funcionar no local o Escritório Regional do Ibama, no Vale do Paraíba. Dez anos depois, foi criada a Floresta Nacional de Lorena, que desde 2007 é administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente.
A Flona de Lorena ainda é conhecida pela população local como o “Horto Florestal de Lorena”, sendo lembrada com saudosismo, principalmente pelos mais idosos. É recorrente o depoimento de cidadãos lorenenses que reforçam a noção de pertencimento e referência familiar sobre a Flona de Lorena, tais como: “os melhores anos da minha infância foram vivenciados nos bosques do Horto Florestal”; “aprendi a amar as árvores, durante o plantio de comemorações do Dia da Árvore no Horto Florestal – era o dia de lanche com pão e mortadela e guaraná”; “as árvores plantadas em minha casa, sítio e na minha rua, foram mudas semeadas e doadas pelo Horto Florestal”; “a celebração de minha primeira comunhão foi no Horto Florestal”; “estudei na Escola do Horto Florestal!”; “ainda existe a árvore que eu plantei quando criança”; “meu pai trabalhou no Horto”; “minha avó foi professora na Escola do Horto”; “aquele local é maravilhoso, pena que está abandonado. É preciso resgatar o valor do Horto Florestal para Lorena!”.
A Floresta Nacional de Lorena é composta de bosques de essências florestais nativas e exóticas (eucalipto, pinus e outras), plantadas entre as décadas de 1930 e 1960, com o objetivo de recuperar áreas degradadas do Vale do Paraíba e formar um banco de sementes, que resultou em impactos positivos nos tempos atuais.
Entre 1930 e 1950, foram plantadas 175 diferentes espécies nativas e até 1957, 106.461 árvores foram introduzidas.
Pelo fato da floresta ter sido utilizada somente para produção de sementes, a área foi enriquecendo-se naturalmente, com formação de sub-bosques bem desenvolvidos de espécies nativas, que teve um processo de disseminação bastante influenciado pela fauna.
Principais formações vegetais
Originalmente, a cobertura vegetal da região era representada por transição entre os biomas cerrado, floresta estacional Semidecidual, floresta ombrófila densa. Atualmente, a Unidade é composta de bosques de essências florestais nativas e exóticas, todos com sub-bosque bem desenvolvido de nativas. Existem ainda diversas áreas em regeneração, com predomínio de espécies da Floresta Estacional Semidecidual e também campos de várzea preservados na região norte da unidade.
Algumas das espécies florestais que ocorrem na Flona de Lorena são carrapeta, ingá branco e amarelo, ipê verde, ipê tabaco, cassia manduirana, quaresmeira, canafístula, jacatirão, pau-viola, maricá, canudo-de-pito, marianeira, jurubeba, sendo que estas últimas cinco ocorrem nas várzeas, ecossistemas extremamente ricos.
Até o momento, foram levantadas na Flona 19 espécies da flora brasileira em diferentes graus de extinção, entre elas o palmito juçara, o xaxim, o jacarandá-da-bahia e o pau-brasil. Isso demonstra a importância desta unidade de conservação para a conservação da flora brasileira.
Fonte: ICMBio
http://www.icmbio.gov.br/
Claudia Gaspar S. Martins
Geógrafa
gaspar51@gmail.com
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