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COLUNISTAS / Maria Luiza

Lembranças

10/12/2015

“Por volta de 1946, 1947 mais ou menos, a Fazenda Mondesir, de propriedade do Dr. Peixoto de Castro, foi cortada pelo traçado da Rodovia Federal Presidente Dutra. Assim, onde era o pasto do gado da fazenda, foi loteado e surgiram terrenos, na maioria medindo 15x60m, dando lugar à Av. Peixoto de Castro e adjacências: R. Madame Curie, Pres. Roosevelt, Oswaldo Cruz, Monte Castelo e as demais, formando o bairro Vila Zélia (nome da esposa do Dr. Peixoto).

Quando chegavam os meses de outubro e novembro, época do içá, crianças e adultos corriam para o pasto, onde havia muito cupim e formigueiros, para caçar içá. Como era divertido!

As prestações dos terrenos eram sempre iguais, pois naquele tempo não havia inflação. O pagamento era feito no cartório do Sr. Joaquim de Azevedo Figueira e quem recebia era dona Izaltina, mãe da Terezinha (falecida), da Necy e Maria de Lourdes, que vivem ainda na cidade.

O pasto da fazenda vinha até onde hoje é o começo da Avenida, tinha uma porteira grande, quando começava o caminho que levava até a sede da fazenda. À frente da porteira do lado de cá, ficava uma grande figueira centenária que tinha uma placa com os dizeres: ‘Esta figueira é minha’, palavras de Euclides da Cunha, lembrança dos tempos que ele viveu em Lorena.

Agora, nas terras do Mondesir, surge o Eco Valle Shopping, mais um sinal da presença do Dr. Peixoto em nossa terra, empreendimento do Grupo Peixoto de Castro.

Bendita seja a lembrança deste grande benfeitor para Lorena e todos nós, lorenenses ou não”.

(Autoria: Inez Terezinha de Oliveira Castro.)

A professora Inez Terezinha, irmã do historiador e acadêmico Pedro Alberto de Oliveira, mandou-me este escrito que publico na íntegra, lembrando a família carioca Peixoto de Castro, que tinha nas décadas de 30 e 50 uma forte ligação com Lorena. Eles foram lembrados pela Inez porque alguns de seus descendentes vieram na inauguração do Shopping e foram eles quem cortaram a fita da inauguração.

E também lembrando a história: todo o terreno que abrange a Fatea, as ruas até o Quartel, o caminho para a Santa Lucrécia e outros que não me lembro pertenciam aos Peixoto de Castro, que aqui criavam legítimos e caríssimos cavalos de raça para as corridas, naquele tempo importantes eventos de distração semanal, principalmente para os mais ricos.

E os Peixoto de Castro estavam aqui, onde criavam e cuidavam de seus cavalos, como também melhoravam os bairros quando, por exemplo, ergueram uma bela capela, a casa onde moravam e os entornos. Como todo carioca, eram simpáticos e procuravam amizade com as pessoas, como também empregavam outras tantas em suas propriedades.

A construção da Dutra dividiu suas terras; acho que o futebol tirou as corridas de cavalo do topo dos divertimentos cariocas e, assim, eles se afastaram de Lorena; porém, doaram parte de suas terras que ficavam do outro lado da Dutra e, assim, pôde-se tirar as cercas, construir e dar origem a um dos bairros mais progressistas da cidade.

Por isso Lorena não pode esquecer os Peixoto de Castro, que fazem parte da história da cidade; e foi muito certo eles serem escolhidos para cortar a fita do Shopping da cidade que, esperamos, vai aumentar seu crescimento.

O futuro da cidade é muito importante para nós, que a amamos e queremos que ela cresça e prospere com nossos descendentes. Amém!

Agradeço à colega e amiga Inez pelas reminiscências históricas sobre a família Peixoto de Castro, da qual nos fizeram lembrar neste momento importante para a nossa Lorena. Parabéns!

COLUNISTAS / Maria Luiza Reis

Maria Luiza Reis Pereira Baptista é diretora de escola aposentada, membro da Academia de Letras de Lorena, da qual é sócia fundadora. Membro do IEV (Instituto de Estudos Valeparaibanos) e autora do livro de poemas “Chuva Doce”. Foi colunista do Jornal Guaypacaré durante mais de dez anos, tendo escrito mais de 400 crônicas.

 


baptista@demar.eel.usp.br

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