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COLUNISTAS / O saber acontece

Perfil ambiental e político

24/12/2015

Adilson Roberto Gonçalves

Nascemos num meio e nesse ambiente nos desenvolvemos. Somos animais políticos, inquestionável fato, mesmo que haja os que o queiram negar. Cresci em classe média baixa que almejava chegar lá, fosse esse “lá” onde fosse. Os entraves sociais se mesclavam com os culturais e políticos. Minha infância foi no final da ditadura. Somente no ensino médio convivi com professores que falavam mais abertamente de lutas políticas. Após isso, a universidade trouxe-me o mundo tal qual ele realmente era.

Terminada a graduação, senti a necessidade de expressar opiniões de forma escrita e as cartas para jornais e revistas foi o meio encontrado. Não parei mais, já passando do milhar as enviadas e de centenas as publicadas, plasmando, aos poucos, o que realmente penso. Não sem controversas e críticas: representantes do governador e de prefeitos da região já me escreveram ou telefonaram para, digamos, pressionar que eu me retratasse ou mudasse o conteúdo do que fora escrito e publicado. Diverti-me com essa presunção de importância, sem, é claro, ceder.
Participei de um projeto de educação ambiental nas férias e da semana do meio ambiente organizados pela Prefeitura de Campinas quando era professor de química em escola estadual de periferia. Àquela época, junto com professores de ciências, matemática, artes e português, estive envolvido em projeto sobre a termelétrica que estava sendo instalada em Paulínia, pólo da petroquímica. Mais de 20 anos depois, desenvolvemos as ações contrárias à instalação da termelétrica de Canas, por meio da atuação do Conselho Municipal de Meio Ambiente de Lorena – o COMMAM, que ajudei a constituir e presidi por quatro anos. Aqui, apesar dos esforços davídicos, foi onde mais reconhecimento houve, com placas e prêmios. Em Lorena, tudo havia começado com as reuniões para a estruturação da Agenda 21 e do Comitê de Águas no Município. Dentro da Faenquil, depois USP, vieram as participações no Comitê de Bacias Hidrográficas do Paraíba do Sul e na Comissão de Estudos de Problemas Ambientais daquela Universidade.

O saudoso Jornal Guaypacaré sempre abriu espaços para a divulgação dessas atividades e opiniões e formação desse perfil, porém sei que ainda falta um sumário sobre arborização urbana, devido há alguns anos aos colegas ambientalistas. Ele virá.

COLUNISTAS / Adilson Gonçalves

Pesquisador científico, formado em Química pela Unicamp. Foi professor na EEL-USP, em Lorena, por 20 anos, e atua na pesquisa de biocombustíveis e conversão de biomassa vegetal. Presidiu o Conselho Municipal de Meio Ambiente de Lorena por dois mandatos e é membro fundador da Academia de Letras de Lorena, tendo sido seu presidente por quatro anos.


priadi@uol.com.br

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