Casas interditadas no Olaria são condenadas e terão que ser demolidas

Prefeitura afirma que está dando assistência às famílias, enquanto estuda solução definitiva para elas. Na Vila Brito, também há muita gente que continua precisando de ajuda

Vila Brito: água nas ruas mesmo após o fim das chuvas fortes

São Pedro ouviu as preces dos lorenenses e a chuva forte parou, fato que evitou que mais famílias da cidade fossem atingidas pelas inundações. Mas há famílias, principalmente da Vila Brito, que perderam tudo ou quase tudo o que tinham em casa; e que, portanto, continuam precisando de ajuda.

A Sads (Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social) continua recebendo doações, de segunda à sexta, das 9h às 18h, na avenida Godoy Neto, 480 – bairro Olaria.

Segundo a Prefeitura, a população já contribuiu doando bastante roupa. Então, fica reforçado o pedido de doações de material de limpeza, colchões e alimentos.

“A Prefeitura distribuiu cestas básicas, mas ainda tenho vários vizinhos que não têm nem colchão em casa. Perderam tudo com a enchente e a situação continua complicada”, afirma Rafaela Mota, moradora da rua Maria da Glória, na Vila Brito, uma das mais atingidas pela inundação.

Questionada sobre a assistência aos moradores do bairro, a Prefeitura afirmou que o trabalho da equipe da Sads vem sendo realizado desde sábado, durante a manhã e também à tarde, no atendimento aos moradores que sofreram com as chuvas.

Os itens que podem ser doados: cestas básicas ou produtos alimentícios avulsos, materias de higiene pessoal (sabonete, shampoo, creme dental, escovas de dente, pentes, escovas de cabelo, fraldas infantis P, M e G, fraldas geriátricas, absorventes), lençóis, travesseiros, colchões e materiais de limpeza (papel higiênico, cloro, hipoclorito de sódio – solução 2,5%, água sanitária e sacos de lixo).

Casas condenadas no Olaria

Avaliação técnica das casas no bairro Olaria, na rua Nicolas Makai (rua de trás da Escola Climério)

Após a interdição de nove casas na rua Nicolas Makai, no bairro Olaria, na última semana, o laudo técnico da Prefeitura, com apoio do IPT (Instituto Geológico do Estado de São Paulo), confirmou que as construções estão realmente condenadas e terão que ser demolidas.

Segundo a administração municipal, técnicos do IPT estiveram na região no último domingo e emitiram laudo endossando a interdição que já havia sido realizada pela Prefeitura. As casas terão que ser demolidas porque o local onde as residências estão construídas é considerado pelo IPT e pelo IG (Instituto Geológico) como área de risco grau 4, ou seja, com grande risco de deslizamento.

Das nove famílias desabrigadas, seis estão na casa de parentes e três estão residindo temporariamente em casas localizadas dentro de escolas municipais. “Todas as famílias estão sendo assistidas pela Prefeitura”, afirma a Secom (Secretaria de Comunicação de Lorena).

Ainda de acordo com a Secom, agora o município procurará os meios legais para promover a demolição das casas. “A Prefeitura, por meio da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social e Secretaria de Negócios Jurídicos, está fazendo um estudo social e legal de cada caso. Estão sendo estudadas condições sociais e financeiras das nove famílias. Ao todo, quatro famílias já participaram do relatório nesta quarta-feira. A expectativa é que, na próxima semana, o relatório seja concluído, para que então a Prefeitura tenha uma solução para cada família”.

Balanço das chuvas em Lorena

Entre os dias 13 e 16 de janeiro, o acúmulo de chuva na cidade chegou a 404 mm, índice 54,2% acima da média prevista para todo o mês de janeiro, que era de 261 mm.

Tanta água de uma vez só fez com que os rios Mandi e Paraíba transbordassem. Praticamente todos os bairros da cidade sofreram com alagamentos, mas os mais afetados foram Vila Brito, Vila Nunes, Vila Geny, Olaria e também parte do Santa Edwiges. Nos demais bairros, mesmo que a água tenha baixado tão logo a chuva tenha diminuído, dezenas (talvez centenas) de famílias tiveram prejuízos materiais, tanto com a perda de móveis e outros bens dentro de casa quanto com carros que não escaparam das águas.

Alagamentos causaram prejuízos a famílias de toda a cidade

Levantamento da Prefeitura aponta que foram 800 residências atingidas na Vila Brito, sendo que em 180 delas, houve a invasão da água com perda parcial; e em alguns casos, perda total dos móveis, eletrodomésticos e produtos alimentícios. Na Vila Nunes, 20 famílias sofreram com as chuvas. Na Vila Geny e no bairro Olaria, 20 casas enfrentaram problemas. No total, o levantamento aponta 1095 pessoas diretamente atingidas pelas fortes chuvas.

Portanto, a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social continua recebendo doações de colchões, roupas, alimentos e outros materiais, que serão destinados às famílias que tiveram perdas de móveis e bens. A Sads e a Defesa Civil Municipal também estudam a possibilidade de solicitar apoio da Coordenadoria Estadual da Defesa Civil para atendimento às famílias atingidas.

Finalizando, a Prefeitura informa que as equipes da Defesa Civil e secretarias municipais se mantêm em alerta, principalmente com a situação das famílias que residem em áreas de risco. Caso chova novamente, a estrutura de abrigo montada no CSU continua pronta para receber possíveis vítimas de alagamento.

Estradas e ruas prejudicadas

No Centro da cidade, o cruzamento das ruas Noêmia Areco e Erendi Novaes Ferreira está interditado. A galeria de águas pluviais no trecho próximo ao Procon teria cedido. Uma equipe da Secretaria de Trânsito está no local orientando os motoristas.

As estradas rurais também foram bastante afetadas, sobretudo na região do Pedroso, Jararaca, Serra do Bonito e Santa Lucrécia. A Secretaria de Serviços Municipais trabalha desde sábado com máquinas na desobstrução.

Já a BR 459 (Lorena – Itajubá) está interditada por tempo indeterminado: http://olorenense.com.br/2016/01/20/nao-ha-previsao-de-liberacao-da-rodovia-lorena-itajuba/

Coleta de lixo

A coleta de lixo ainda sofre reflexos das chuvas da última semana. A Prefeitura informou que a coleta de resíduos sólidos está com uma nova programação nesta semana. E que devido à interdição de algumas ruas e bairros que sofreram com alagamentos, o caminhão do lixo teve que mudar o percurso; por isso, alguns bairros tiveram (e ainda terão entre quinta e sexta-feira) um atraso e morosidade no recolhimento dos resíduos.

A situação deve estar normalizada nos próximos dias.