E Einstein estava certo, mais uma vez. Mesmo demorando um século para que sua teoria sobre as ondas gravitacionais fosse comprovada, a genialidade do físico alemão fica mais evidente. O fato de ele ter feito seus postulados quando nem computadores existiam é um estímulo e um desafio para os pesquisadores de hoje, com recursos muito maiores e acessíveis.
Alguns sites de notícias passaram a divulgar a notícia com algumas impropriedades, como afirmar que foi por essa teoria que ele ganhou o prêmio Nobel e, na verdade, foi pelo estudo do efeito fotoelétrico.
Algumas tentativas de comprovação das ondas gravitacionais não tiveram sucesso e esse é um aspecto da ciência que precisa ser enaltecido: o de estar mais próximo possível da certeza antes de divulgar e relatar a descoberta, invenção ou comprovação. É bem diferente de atitudes midiáticas que permeiam questões políticas e econômicas, sempre com o objetivo do sucesso imediato ou da construção de celebridades efêmeras. A ciência por vezes cai nessa tentação e promove estardalhaço onde não deveria.
Nosso país teve participação nessa comprovação, principalmente com pesquisadores do INPE de São José dos Campos. Da mesma forma, o Brasil foi um ator importante quando da avaliação da Teoria da Relatividade Geral, do mesmo Einstein, ao trazer para o Sobral, no Ceará, especialistas para analisar um eclipse solar total em maio de 1919.
Um aluno meu perguntou qual a origem da gravidade e eu disse que era uma excelente pergunta para os físicos responderem. No dia seguinte, sai a notícia sobre a comprovação das ondas gravitacionais e ele, meu aluno, deve ter ficado intrigado pela coincidência. A teoria da interação entre corpos – o magnetismo é uma outra forma de interação – passa pela postulação da existência de partículas chamadas grávitons, cuja existência nunca foi comprovada, mas que se encaixa nos modelos de física quântica. Outro assunto para meus colegas físicos.
Pesquisador científico, formado em Química pela Unicamp. Foi professor na EEL-USP, em Lorena, por 20 anos, e atua na pesquisa de biocombustíveis e conversão de biomassa vegetal. Presidiu o Conselho Municipal de Meio Ambiente de Lorena por dois mandatos e é membro fundador da Academia de Letras de Lorena, tendo sido seu presidente por quatro anos.
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