O governador de São Paulo Geraldo Alckmin revelou o que realmente pensa quanto à pesquisa em nosso Estado. Teceu severas críticas à Fapesp, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, dizendo que as pesquisas por ela apoiadas não são de fundo prático. Demonstra extrema ignorância e pequenez de visão científica o governador, o que já não é surpresa, face a outras condutas lastimáveis em relação à educação, à segurança pública e aos recursos hídricos. É um somatório de desgoverno que apenas a anestesia geral paulista justifica que ele ainda permaneça no cargo e que tenha sido reeleito em primeiro turno.
A Fapesp financia a pesquisa de ponta e tem facultado o acesso a recursos a todos os pesquisadores. Isso porque seu orçamento é definido pela Constituição Estadual e não por benesses deste ou daquele governo. E, o mais importante, é gerida por pesquisadores e não atrelada aos desmandos políticos. É claro que todos os governadores tentaram meter a mão na Fundação e os movimentos de Alckmin vão nessa direção. Talvez o que mais tenha chegado perto em mexer com o sistema estadual universitário e de pesquisa tenha sido José Serra, o que levou a greves profundas e a ele ter de desdizer o que disse por meio de Decretos Declaratórios, os únicos no ordenamento jurídico do Estado em todos os séculos de existência.
O governador atual também colocou à venda importantes áreas de pesquisa, especialmente as ligadas à Secretaria de Agricultura e Abastecimento, alegando estarem ociosas e que é necessário tapar o rombo estadual. Ora, as áreas foram sucateadas, projetos interrompidos, o quadro de pesquisadores não foi renovado, tudo orquestrado para se chegar a essa situação alegando-se que não são mais úteis. É a política tucana de precarizar para depois privatizar. São atingidos vários Institutos de Pesquisa Estaduais, notadamente o Instituto Biológico e o Instituto de Zootecnia na região de Campinas. Aliás, aqui o centenário Instituto Agronômico de Campinas já está sendo alvo de incêndios criminosos e interrupção de pesquisas de campo que não podem ser denunciados por seus diretores devido a ameaças e censura.
Mesmo os jornalões da Capital têm feito algum protesto quanto a mais esta tentativa de desmonte, mas algumas reclamações e notas de esclarecimento não são suficientes para coibir o que vem por aí: tempos mais sombrios no estado que se diz ser o mais rico da Nação.
Pesquisador científico, formado em Química pela Unicamp. Foi professor na EEL-USP, em Lorena, por 20 anos, e atua na pesquisa de biocombustíveis e conversão de biomassa vegetal. Presidiu o Conselho Municipal de Meio Ambiente de Lorena por dois mandatos e é membro fundador da Academia de Letras de Lorena, tendo sido seu presidente por quatro anos.
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