Aprendi que estão ficando cada vez comuns os eventos climáticos extremos. Aprendi isso com meus amigos geólogos, geógrafos, engenheiros ambientais e espaciais com os quais convivi em função das atividades na EEL-USP e no Conselho Municipal de Meio Ambiente – COMMAM, em Lorena.
Estamos tendo a oportunidade de viver uma mudança de era geológica, o chamado Antropoceno, e constatar o quão nociva tem sido nossa interferência no planeta. Parece que já não é possível aceitar que tudo podemos para nosso conforto e bem-estar. A própria sobrevivência está em forte risco.
Campinas vivenciou um desses eventos, classificado inicialmente de tornado e redefinido posteriormente para microexplosão. Nesta semana, uma pesquisadora da Unicamp voltou a classificar a tempestade como tornado, o que não muda o estrago vivenciado. Desta vez não foi na região em que moro, mas os danos se alastraram por boa parte da cidade e foram notícia nacionalmente. Assim, como as fortes enchentes em Lorena, ela passa a existir quando o jornal próximo ao horário da novela der a notícia. Caso contrário, fica apenas na dolorosa experiência pessoal dos que a vivenciaram. Apenas!
Outros fenômenos menos geológicos, mas que perpassam pelo planeta são passíveis de experimentação. Não falemos, porém, dessas outras tragédias humanas brasileiras neste espaço. A dinâmica atmosférica e climática é complexa e, por isso, matemáticos, estatísticos e engenheiros são demandados para estudar e tentar prever os fenômenos. Claro que aparecerão aqueles que tirarão a Serra da Mantiqueira e a Serra do Mar de seus cálculos para permitir que haja um vento no Vale do Paraíba para dissipar as emissões de uma certa termelétrica que se pretende construir. Mas há os profissionais éticos que olham os dados científicos, não apenas os cobres das moedas embolsadas.
Pesquisador científico, formado em Química pela Unicamp. Foi professor na EEL-USP, em Lorena, por 20 anos, e atua na pesquisa de biocombustíveis e conversão de biomassa vegetal. Presidiu o Conselho Municipal de Meio Ambiente de Lorena por dois mandatos e é membro fundador da Academia de Letras de Lorena, tendo sido seu presidente por quatro anos.
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