Em 2016, Lorena contabiliza 9 homicídios registrados e 1 latrocínio. O delegado titular do Município, dr. Ernani Ronaldo Giannico Braga, registra que, mesmo com todas as deficiências estruturais e de recursos humanos que a Polícia Civil enfrenta hoje em Lorena, a taxa de esclarecimentos desses graves crimes é de 100% neste ano; em 2015, foi de 90%. E as providências para que os responsáveis pelos crimes sejam punidos, tomadas.
A seguir, um breve histórico de todos os homicídios em 2016:
1- O primeiro homicídio do ano teve como vítima Tiago Adalberto Guatura da Silva, no dia 13 de janeiro. Crime esclarecido. Motivação: passional (desavenças pessoais). O autor M.S.P. (vulgo “Marinho”) continua preso. Já o outro autor do crime, T.A.Q. (vulgo “Tiaguinho”), ficou apreendido cerca de três meses, mas por ser menor, já está em liberdade.
Mais sobre o caso no link: http://olorenense.com.br/2016/01/15/esclarecido-homicidio-no-bairro-da-cruz-que-vitimou-tiago-guatura/
2- A segunda vítima de homicídio em Lorena, em 2016, foi Thiago Diniz Novaes, no dia 14 de fevereiro. Motivação: vingança (por causa de mulher). Acusado pelo crime preso: B.G.F.S..
3- Luiz Fernando Moraes do Nascimento Mariano foi a terceira vítima do ano, em 27 de fevereiro. A motivação: passional / vingança (por causa de mulher). Segundo dr. Braga, o autor (G.O.M.L.) confessou o crime e responde na Justiça em liberdade, até o presente momento.
4- Abel Lemos Arruda foi assassinado em 11 de abril. O acusado (C.S.M., vulgo “Ferreirinha”) está preso. A morte tem ligação com o tráfico de drogas.
5- Mais um crime envolvendo motivação passional e vingança, ligadas a drogas e disputas por mulheres. Gean Antônio Ferreira da Silva foi vítima de homicídio no dia 24 de abril. Os acusados pelo crime (J.S.F., vulgo “Cheirinho”; e S.P.S., vulgo “Samu”) estão presos.
6- No dia 8 de maio, Landerson Luiz Xavier Amorim foi assassinado por L.G.M.G., a mando de J.B.S., por disputas no tráfico de drogas, apontam as investigações. De acordo com o delegado dr. Braga, o interessante neste crime é que Landerson e o mandante do crime, J.B.S., estavam presos e estariam brigando por “bocas de fumo” (como são conhecidos os pontos de venda de drogas) dentro da Cadeia. Foi então que, na “saidinha do Dia das Mães”, J.B.S. teria contratado L.G.M.G. para matar o rival Landerson. Detalhe que L.G.M.G. já é acusado de ter matado, no ano passado, o irmão de Landerson.
J.B.S. voltou para a Cadeia. L.G.M.G., já identificado, deve ter seu mandado de prisão expedido nos próximos dias.
7- Victor Hugo dos Santos Lima foi morto no dia 21 de maio, após dar uma surra na mãe e em vizinhos que foram defendê-la. Segundo apuração da Polícia Civil, Victor Hugo teria acordado ainda sob o efeito de drogas e começado a bater na mãe, que fugiu para a casa de uma vizinha. Não satisfeito em agredir a própria mãe, Victor Hugo foi atrás dela na casa da vizinha e bateu mais não apenas nela, mas também na vizinha que a acolhera e em todos que estavam na casa. Uma das pessoas que Victor Hugo feriu com uma faca foi o genro da dona da casa, H.R.C.. Irado pelos acontecimentos, H.R.C. saiu, arrumou uma arma em uma “boca de fumo”, voltou e matou Victor Hugo. A prisão de H.R.C. deve ser expedida nos próximos dias.
8- Outra morte foi registrada em Lorena, no dia 21 de maio. Alessandro Andrade Gino Cantão teria sido assassinado por R.A.C., numa disputa envolvendo o tráfico de drogas. O acusado por este crime – procurado pela Polícia – encontra-se foragido.
9- No dia 23 de maio, Bruno Souza do Nascimento foi assassinado logo após roubar um posto de gasolina. Segundo dr. Braga, Bruno e F.A.B. foram até as proximidades da lagoa do Parque Mondesir, após roubarem dinheiro em um posto de combustíveis da cidade. Lá, na hora de dividir o produto do furto, se desentenderam e F.A.B. acabou matando Bruno a tiros. F.A.B. está preso.
Latrocínio por vingança e oportunismo
Dr. Braga e sua equipe também esclareceram o latrocínio ocorrido em Lorena, às margens da Rodovia Presidente Dutra, bem na entrada da cidade, no dia 8 de abril. A vítima: Hugo Francys Brito Leite, vendedor de rua que havia vindo da Paraíba – Nordeste brasileiro.
Hugo estava em Lorena para vender seus produtos de porta em porta, prática comum de encontrar na cidade. Acontece que, quando veio para cá, Hugo teria ficado devendo um dinheiro para os irmãos J.I.N.S. e I.N.S., também moradores da Paraíba. Ainda em seu estado de origem, Hugo tinha uma desavença antiga com L.C.D..
Quando ficaram sabendo do paradeiro de Hugo, aproveitando esse problema pessoal dele com L.C.D., os irmãos paraibanos teriam contrataram este homem para vir para Lorena, com o objetivo único de matá-lo. Foi o que fez L.C.D., que veio para o Estado de São Paulo de ônibus, armado. Ao invés de vir direto pra Lorena, L.C.D. foi para Cruzeiro, num lugar onde ficam chapeiros (pessoas que ficam na beira de estradas ou entrada das cidades, que oferecem seus préstimos aos caminhoneiros, para localizar endereços ou descarregar mercadorias, em troca de dinheiro).
Lá, L.C.D. teria perguntado quem poderia ajudá-lo. Quatro homens teriam aceitado “ajudá-lo”, quando L.C.D. informou que iria para Lorena somente para matar um homem, mas que ele também tinha dinheiro. E então vieram para Lorena, em um veículo Santana bastante antigo, L.C.D. acompanhado de D.S.S., J.V.S.N. (vulgo “Jorginho”), M.J.S. (vulgo “Marquinho Mancha”) e L.O. (vulgo “Cuca”). L.C.D. veio para matar e seus comparsas para roubar.
Foi o que aconteceu, de acordo com o Inquérito Policial. Ao interceptarem Hugo, na rodovia Presidente Dutra, em Lorena, bem próximo ao acesso para a pista sentido SP, o crime ocorreu. L.C.D. teria atirado e matado Hugo. Os outros quatro homens levaram cerca de R$ 5 mil.
Após as investigações que elucidaram o caso, estes cinco homens envolvidos diretamente na morte de Hugo foram presos. Os irmãos J.I.N.S. e I.N.S., apontados como mandantes do crime, apresentaram-se na Delegacia da Vila Geny, em Lorena, mas tiveram que ser liberados por falta de provas.
Falta de estrutura na Polícia
Para dr. Braga, o trabalho de sua equipe da Polícia Civil em Lorena tem sido excelente, principalmente quando se leva em conta que o Estado não tem oferecido a estrutura mínima necessária para que a Polícia possa bem desempenhar o seu papel. “Estamos fazendo tudo o que está ao nosso alcance, apesar das limitações”, diz. Nas delegacias de Lorena, faltam até mesmo materiais básicos para o trabalho do dia a dia, como papel sulfite, canetas, papel higiênico, água potável… Isso sem falar em diversos nos computadores e impressoras dos policiais, que vivem apresentando problemas, entre outras deficiências.
“Essa taxa de esclarecimento de 100% dos casos de homicídios é de primeiro mundo, apesar de termos um déficit cada vez maior de recursos humanos e materiais. Para atendermos Lorena plenamente, o ideal seria que a cidade tivesse, por baixo, no mínimo mais 20 investigadores e mais 15 escrivães”, considera o delegado.
A falta de estrutura da Polícia será o assunto da nossa próxima matéria.
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