Tutancâmon (ou Tutankhamon) possuía uma faca de outro mundo e foi enterrado com ela. A notícia foi divulgada de forma enviesada, dizendo que o metal presente no artefato era de origem extraterrestre por estar presente em um meteorito caído em nosso planeta. Na verdade, os metais são sempre os mesmos no universo, independentemente de sua fonte, e o que se quis dizer foi que aquela composição metálica, aquela mistura de metais, aquele material formado por metais, é que era de origem de fora do planeta e foi usado para fabricar a faca encontrada junto ao túmulo do faraó.
Pequenas quantidades – os chamados traços – de elementos presentes na composição de materiais usados são um indicativo de sua origem ou processamento. Os seriados de televisão baseados em ciência forense usam e abusam desse conceito para que os personagens policiais possam saber o que aconteceu em relação aos crimes que investigam.
Fórmulas e notações se utilizam de uma sistematização que deve ser entendida para ser compreendida. A já conhecida H2O é diferente de 2H2O ou O2. O índice, o número que vai abaixo da linha, significa a quantidade de átomos do elemento representado à esquerda naquele composto e o coeficiente, o número que vai antes da fórmula, representa a quantidade daquela substância frente a outras que estarão em uma reação ou composição. Não é trivial, os alunos sabem. Mas cai no vestibular – esse oráculo para onde todos se voltam como se fosse a razão da existência do saber…
Quando se migra para a definição médica, fisiológica e farmacêutica, a necessidade de particularização fica mais evidente e causa confusão ou mesmo falta de domínio até por quem é profissional da área.
Várias vezes usei meus espaços para discorrer sobre diferenças entre substâncias e elementos químicos, misturas e compostos e o que é precisão e exatidão. Porém, em um mundo no qual a palavra de um douto juiz vale mais que os fatos, não me caberia chover sempre no mesmo molhado; porém é o que eu acabo de fazer.
Nos detalhes moram muitos seres imaginários e também a precisão dos fatos e das palavras.
Pesquisador científico, formado em Química pela Unicamp. Foi professor na EEL-USP, em Lorena, por 20 anos, e atua na pesquisa de biocombustíveis e conversão de biomassa vegetal. Presidiu o Conselho Municipal de Meio Ambiente de Lorena por dois mandatos e é membro fundador da Academia de Letras de Lorena, tendo sido seu presidente por quatro anos.
A lua passou à frente do sol no domingo de carnaval e pudemos ver a imagem de uma mordida em nossa estrela, desde que usando os devidos aparatos para proteger […]
Adilson Roberto Gonçalves A visita ao Centro Espacial Kennedy no Cabo Canaveral, Flórida, Estados Unidos é experiência única por mostrar a história da conquista da física, matemática, química e engenharia […]
No mundo pós-verdade vale mais a versão bem contada, espalhada e clicada no Facebook, do que o fato em si. Como testemunhas oculares, a vivência de um acontecimento já nos […]
Certa vez em discussão no Conselho Municipal de Meio Ambiente de Lorena, um representante empresarial estava incomodado com a demora na tomada de decisões. Argumentava que era engenheiro de produção […]
O planeta completou mais uma volta ao redor do sol e, pela primeira vez em muitos anos, não terei agenda de papel para acompanhar meus compromissos deste ano novo, que […]
Fui convidado para dar uma palestra na Universidade Federal de Lavras (UFLA) sobre atividades que iniciei recentemente com a reciclagem de resíduos eletroeletrônicos. O Fórum de Química Ambiental estava inserido […]
Participei de fórum na Faculdade de Tecnologia da Unicamp no campus de Limeira no final de setembro para aprender um pouco sobre a forma como a informação é administrada e […]