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Velhas famílias, política nova

17/06/2016

Há algumas semanas, fiz um comentário aqui nesse Portal de Notícias em um texto que sugeria que, na política de Lorena, nada muda. De acordo com o autor, as famílias que estão no poder são sempre as mesmas e formam oligarquias que controlam a cidade, com uma política velha e ultrapassada.

Penso o contrário disso. Em fevereiro desse ano, recebi a notícia de que Fábio Marcondes não seria candidato à reeleição. Embora isso fosse esperado, não pude deixar de ficar profundamente triste. Naquele momento, pensei em algo que eu estou guardando para dizer a ele em seu último dia de mandato.

Algo mais ou menos assim: “Gostaria de lhe agradecer porque você foi o primeiro prefeito de verdade que a minha geração teve em Lorena. Um administrador que respeita e busca o bem da população em primeiro lugar, que muito fez pela cidade que amo”. Pensei, com tristeza, que talvez tivesse que antecipar meu agradecimento.

Tenho 31 anos e digo que Fábio Marcondes foi o primeiro prefeito que vi porque quando minha geração começou a entender um pouco o que se passava na cidade, com mais ou menos 10 anos, Lu Fradique era prefeita. Tenho respeito pela hoje vereadora e acho que ela fez um trabalho de base importante, com melhorias em infraestrutura. Mas não vejo como um grande mandato, até mesmo pelas condições que o país passava naquele momento.

Em 1996, Aloísio Vieira foi eleito prefeito. Não vou entrar nos méritos de sua administração, mas Aloísio, que veio de Cachoeira somente para ser prefeito, recebeu condenações, inclusive do TCU (Tribunal de Contas da União) e do Tribunal de Justiça por ações durante seu mandato, e esteve presente nas listas dos políticos “fichas-suja”. Foram muitas as denúncias de corrupção e de perseguições enquanto esteve à frente da administração municipal.

Depois desses oito anos, para mim perdidos, Paulo Neme foi eleito e reeleito prefeito. Na minha opinião, esse período foi pior que o anterior. Além de também ter sido considerado “ficha-suja” e ser condenado por improbidade e ter contas rejeitadas, Paulo Neme foi, para mim, um fiasco como administrador. Inchou a Prefeitura, não promoveu o desenvolvimento da cidade e ficou quatro anos só falando que Lorena tinha passado por um período de trevas.

A verdade é que Lorena parou no tempo. Enquanto cidades como Guaratinguetá, Cachoeira, Aparecida e outras cresciam, nossa Terra das Palmeiras Imperiais assistia. Desemprego,tráfico de drogas, estagnação econômica, entre muitas outras…

E então, em 2012, Fábio Marcondes foi eleito.

Infelizmente, eu não moro em Lorena há alguns anos. Mas voltei a ter orgulho de vir à minha cidade. As ruas limpas, os funcionários públicos trabalhando de verdade, sejam comissionados, sejam efetivos, obras realizadas, empresas chegando à cidade, o shopping, que era um sonho antigo do lorenense… O sentimento da população mudou, passou a ser um sentimento de otimismo.

E para não ficar só no sentimento, fui buscar alguns números: a taxa de emprego subiu 15% entre 2010 e 2014 (segundo ano de governo de Fábio), o salário médio da população saiu de R$ 1.454, em 2010, para R$ 2.020 em 2014, aumento de quase 40%. O índice de responsabilidade do município para longevidade subiu 7% e para escolaridade subiu mais de 30%.

São apenas alguns números, que encontrei no Seade, que é o órgão de análises de dados do Estado, e que comprovam o que falei.

Mas, independente de números, o que eu sinto é que a população de Lorena voltou a ter esperança. A ver que há uma luz no fim do túnel. Os mais velhos puderam se lembrar de bons tempos da cidade. Os que têm menos de 35 anos tiveram, pela primeira vez, um administrador de verdade à frente da Prefeitura. E isso não é partidarismo, pois quem me conhece sabe que eu tenho poucas afinidades com o PSDB. Mas tive orgulho de votar em Fábio Marcondes nas últimas eleições.

E eu não fui o único. Segundo informações, a pressão da população fez com que ele mudasse de ideia, revisse sua decisão e, para o bem de Lorena, anunciou que pretende se candidatar à reeleição. Espero, sinceramente, que eu só tenha que fazer aquele meu agradecimento no dia 31 de dezembro de 2020!

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Hugo Nogueira Luz

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