Por Maria Teresa Aquino Almeida Angulo*
A Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) divulgou na sexta-feira, dia 8/7, a relação de quem vai representar o Brasil nas Olimpíadas do Rio em agosto. Pela primeira vez, o Brasil será representado por duas equipes completas: a seleção feminina conseguiu vaga pelo evento-teste no começo do ano e a seleção masculina está classificada desde o mundial do ano passado, uma classificação direta, com direito a Top 8.
Aqui estão as seleções e uma pequena análise do que eu achei:
Masculina
Créditos: globo.com
Sazaki, Francisco Barreto, Zanetti, Nory e Diego
Confesso que fiquei um pouco surpresa de o Diego ter sido chamado, por ele ter sido o reserva no mundial do ano passado. Mas entendo que, no ano passado, a prioridade era classificar a equipe, não os resultados individuais de cada atleta (uma vez que cada medalhista tinha a vaga garantida, caso o país não conseguisse a vaga por equipes, tanto o Zanetti quanto o Diego foram para Londres por serem medalhistas no mundial do ano anterior; Zanetti tinha sido prata e Diego bronze; e Sazaki entrou pelo individual geral). Essa formação favorece as medalhas individuais e não uma possível final por equipes, mas não descarto nada; afinal, estamos em casa! Não sei se foi o certo apostar apenas em resultados individuais, mas vejo que, ao contrário do feminino, o masculino ainda não tem uma equipe sólida, podendo ter resultados em provas individuais e no Individual Geral. O Brasil está na primeira subdivisão, começando nas argolas no dia 6 de agosto.
Minhas apostas para a seleção masculina:
Sazaki: final no Individual Geral e no Salto (se acertar o 2º salto)
Nory: final na Barra Fixa (se repetir a mesma performace do mundial do ano passado)
Zanetti: final nas Argolas (competir na 1ª subdivisão me assusta um pouco, mas tenho certeza que ele vai defender seu título)
Diego: (SE ACERTAR TUDO, e com um pouco de sorte) Solo
Feminino
Créditos: globo.com
Rebeca, Jade, Dani, Flavia, Lorrane (Carol Pedro reserva)
Sabe aquele ditado: em time que tá ganhando não se mexe? É exatamente o que está acontecendo. Desde o evento-teste eu estava imaginando que a equipe seria essa mesmo. Não tem o que mexer! Está mesclando experiência (Jade/ Dani) com juventude, com a pontuação que elas fizeram no evento-teste, mais o salto mais difícil que a Rebeca voltou a treinar, podemos até pensar em uma medalha (acho MUITO difícil, mas nunca se sabe. Afinal, estamos em casa e boas atuações podem ajudar a subir a nota). O Brasil compete na 3ª subdivisão, dia 7 de agosto.
Começar pela trave não me assusta (bem que se diga, não me assusta mais, já me assustou MUITO, hoje, nem tanto). Desde o ano passado, a trave tem se mostrado um aparelho forte do Brasil, com somatórios próximos do 58 pontos (as vezes mais ou menos), indo para o solo, que é um dos aparelhos mais tradicionais do Brasil, onde tivemos resultados importantes na história, mas hoje não estamos com séries tão fortes, mas podemos surpreender. Dani e Flavinha têm chances se aumentarem as dificuldades. Depois vem o salto; se tivermos 4 saltos na casa dos 15 pontos, já temos um somatório de 60 pontos. Lembrando que tanto Rebeca, que depois da lesão voltou a saltar o AMANAR – o salto com maior dificuldade entre as brasileiras (enquanto Jade, Flávia, Lorrane saltam 5,8 e Dani 5,5), ela vai apresentar um salto que a Jade apresentou antes da lesão no punho (na época, ele valia mais (6,5,), que sai de 6,3 (o que “joga” a nota, dependendo da execução, perto dos 16 pontos), o que vai fazer com o que o nosso somatório aumente ainda mais, quanto Jade e Dani ainda podem arriscar um segundo salto e tentar uma final olímpica.
E depois vem a temida paralela, sempre a pedra no sapato das brasileiras. Mas quem sabe, podemos surpreender… Vir na 3ª rotação ajuda, pois os jurados já terão um parâmetro do que eles querem. No feminino, terão mais duas rotações após o Brasil, o que pode ajudar o Brasil a tentar a recuperar seu lugar no Top 8 Olímpico, perdido em Londres, onde ficamos com o 12º e último lugar entre as equipes.
Minhas apostas para a seleção feminina:
Equipe: se tudo der certo, está lutando por um lugar no Top 8 (minha aposta seria entre 4º e 5º lugar, MAS pode surpreender e beliscar uma medalha (não depende só do Brasil, mas seria muito bom para a ginástica brasileira)
Flavinha: aposto que ela fica entre as 24 no Individual Geral, ainda não sei se na parte de cima (12 primeiras), ou na parte de baixo, além de achar que ela belisca uma final de Solo e de Trave
Rebeca: aposto que ela fica entre as 24 no Individual Geral, provavelmente entre as 12 primeiras (se saltar o AMANAR (6,3 de dificuldade), e se fizer um 2º salto de dificuldade bom), ainda uma final de salto
Dani: (NÃO CUSTA SONHAR!!!) acho que ela belisca uma final de trave com a Flavinha
* Maria Teresa Aquino Almeida Angulo é lorenense e autora do blog Comentando sobre esportes (http://comentandosobreesportes.blogspot.com.br)