A distribuição normal é uma das funções usadas na estatística para analisar dados e tendências. Desenvolvida e descrita por Gauss – daí ser mais corretamente chamada de gaussiana – mostra a variação uniforme de valores ao redor de uma média. Essa e outras funções aplicadas a questões das ciências naturais é muito útil – química, física, biologia. Porém, quando tais ferramentas são propostas para explicar situações sociais, políticas, psicológicas, dentre várias outras, a distorção se faz presente. Cuidados devem ser tomados para se tirar o proveito do instrumento, sem promover ilusões.
Por muito tempo, comportamentos eram classificados de normais porque se entendia como padrão, como referência, aquilo que a própria pessoa ou grupo social toma para si como o correto, o certo. A avaliação nesse caso não é como a da estatística, que pressupõe populações infinitas de dados e informações para se chegar às curvas de distribuição de valores. O valor social é distinto do valor matemático.
Indo a São Paulo nesta semana, os avisos na estrada indicavam que a condição de trânsito era normal e me perguntei o que isso significava. Seguindo a estatística, normal é o que mais se repete dentro daquele conjunto de estudo. Trânsito na capital, para caipiras como eu, é sempre congestionado, parado, estressante. Isso deve, portanto, ser o normal. Mas normal pode significar que está tudo fluindo, sem maiores perdas de tempo, o que – paradoxalmente – seria anormal.
Vivemos um momento de forte retrocesso institucional em nosso país e ondas de comportamento fascista em todo o mundo, evidenciando que o conceito do que é normal esconde forte preconceito e o incômodo de aceitar o que é diferente. Nossa existência se deu por uma singularidade do caos. Sem a desordem primordial, vida não existiria, pois.
Pesquisador científico, formado em Química pela Unicamp. Foi professor na EEL-USP, em Lorena, por 20 anos, e atua na pesquisa de biocombustíveis e conversão de biomassa vegetal. Presidiu o Conselho Municipal de Meio Ambiente de Lorena por dois mandatos e é membro fundador da Academia de Letras de Lorena, tendo sido seu presidente por quatro anos.
Como continuação da coluna anterior, complemento o que foi visto naquele fórum e faço um diálogo com outro evento desse tipo que tratou de doenças negligenciadas. Na discussão sobre educação, […]
Em mais um fórum educacional promovido pela Unicamp, pude conhecer um pouco mais sobre as tecnologias digitais modernas aplicadas ao processo de ensino-aprendizagem. Penso comigo, como cientista, que, se educação […]
Participei do fórum “Biossegurança e Cultura de Segurança: o binômio fundamental no na promoção do aprendizado institucional”. A chamada focava em biossegurança e não atentei que a ênfase era na […]
Complementando a discussão iniciada no texto anterior, respondo aos comentários feitos no Facebook à coluna sobre educação. Primeiramente, faço eu o agradecimento à Graziela Staut, que nos brindou com esse […]
A educação possui vários braços. Questionamos o papel e a eficiência dos órgãos públicos no ordenamento do sistema educacional. Há os teóricos da educação que traçam teses importantes para entender […]
Tudo o que lançamos na internet, quer seja em fóruns privados ou nas redes sociais, e-mails, arquivos pessoais, tudo está acessível para quem tem as ferramentas adequadas. As maiores empresas […]
Não existe caminho para o conhecimento. O conhecimento é o caminho. A perene discussão sobre o trinômio saber–educação–conhecimento não fará com que ele melhore; ao menos, como certas crenças e […]