Foi uma construção penosa, ao longo de gerações, para que os educandos de hoje pudessem ter um pouco mais de profundidade e abrangência no estudo das Humanidades – Sociologia e Filosofia, em primeiro lugar, e Geografia e História – e também que a Educação Física não fosse apenas uma materiazinha desnecessária e descontextualizada, feita apenas para que os alunos corressem em volta da quadra ou do quarteirão. Também o sistema educacional estava evoluindo para deixar de ser apenas utilitarista, resgatando o prazer da aprendizagem, o saber do sabor. Pois bem. Com uma canetada e interesses vis e escusos tudo é levado a zero, tudo é sumariamente removido da estrutura educacional do Ensino Médio.
O projeto neoliberal não engana: quer convencer de que é melhor pagar duas vezes por um serviço ruim do que pagar uma única vez por um serviço de excelência. A diferença é que o serviço de excelência deveria ser o promovido pelo Estado e para todos; o pago duas vezes é aquele privado e para poucos.
Reformula-se a educação ao longo do tempo. Pouco é mudado, é fato, começando pelo rótulo. Muitos atores e interesses estão envolvidos, o que é per se um obstáculo. Mas havia um projeto que vinha sendo discutido por vários setores da sociedade, com prioridade, é claro, para os diretamente envolvidos, que foi simplesmente ignorado, jogado no lixo. Por mais cego que se seja e não se queira ver o golpe político no país, não é possível que se possa concordar com esse descaso educacional. Evidente o descalabro de enviar como medida provisória algo que levará um bom tempo para ser implementado. Faz-se no nível nacional o que já acontece aqui há décadas no nível estadual. Desconstrói-se uma estrutura montada – saúde, educação, segurança, transportes, comunicações – para depois dizer que o setor deve ser privatizado, já que não funciona mesmo.
Minhas palavras morrerão aqui, sei disso, não tenho ilusão que o protesto seja suficiente para mudar algo. Mas faço-o mesmo assim. Basta!
Pesquisador científico, formado em Química pela Unicamp. Foi professor na EEL-USP, em Lorena, por 20 anos, e atua na pesquisa de biocombustíveis e conversão de biomassa vegetal. Presidiu o Conselho Municipal de Meio Ambiente de Lorena por dois mandatos e é membro fundador da Academia de Letras de Lorena, tendo sido seu presidente por quatro anos.
Foi uma construção penosa, ao longo de gerações, para que os educandos de hoje pudessem ter um pouco mais de profundidade e abrangência no estudo das Humanidades – Sociologia e […]
As flores dos ipês são cativantes para repetir palavras que saúdam a chegada da primavera. De certa forma, renovo-me, voltando à carreira da qual saí dois anos atrás. Volto a […]
Se agosto é marcado por desgostos históricos, setembro não fica atrás em acontecimentos inexplicados. Ou, ao menos, que possuem explicações passíveis de controversas, com versões inusitadas, beirando as chamadas teorias […]
O papel devora meus espaços e não consigo me livrar dele! Pelo que vejo em minhas caixas de emails e nos diretórios de meus computadores, o problema é acumular informação. […]
Escrevi um texto sobre os cursos técnicos integrados do IFSP, publicado no jornal Página Popular de Hortolândia, discutindo a experiência com êxito do sistema federal de ensino, que está sendo […]
Astronautas que pisaram na lua têm mais chance de morrer de doenças cardíacas. A notícia apareceu ao longo do mês, carregando a ressalva do número de casos estudados ser muito […]
As comemorações da Semana Guilherme de Almeida ocorreram com intensidade, mesmo em ano considerado crítico em termos conjunturais, sociais, políticos e econômicos no país. Na palestra proferida pelo secretário estadual […]