Participei de fórum na Faculdade de Tecnologia da Unicamp no campus de Limeira no final de setembro para aprender um pouco sobre a forma como a informação é administrada e dela se obtêm mais informações – ou se fazem negócios.
Gestão do conhecimento e inteligência em projetos de inovação foi o tema do consultor André Saito, falando sobre os valores em uma empresa, sendo o capital intelectual um deles, mas o de menor dimensão na apresentação feita, sempre com a finalidade do negócio. Questionei-me que a discussão é sobre a gestão do que existe, apesar de haver setores, menores, de produção de conhecimento. Como seria essa dimensão, comparando com as empresas no exterior que centralizam lá a produção do conhecimento? É possível analisar essas diferenças que implicariam em menor inovação aqui? Ou não? Seria a relação do chamado conhecimento tácito maior no Brasil, dada nossa formação cultural mais focada nas relações humanas que no formalismo? Perguntas sem respostas por enquanto.
Há um funil da inovação, iniciado com muitas ideias até se chegar a algum produto ou serviço. Um exemplo foi o da Natura, com sua plataforma de co-criação. Segredos são agora mais relativos, pois as empresas que se abrem são as mais maduras. Porém, para mim, o foco foi sempre a gestão, pouco a produção.
Flavio Clésio e Eiti Kimura da empresa movile falaram sobre arquiteturas de redes e o conceito “grau de tolerância ao erro”, mostrando que inteligência artificial é o futuro, mas sendo muitos os dados, pergunto-me o que fazer com isso tudo?
A professora Wanda Hoffmann da Ufscar discorreu sobre as complexidades de diferentes níveis das empresas, com seus objetivos ora claros, ora paralelos, ambíguos ou setorizados. Assim, parece-me que o desenvolvimento e gestão do conhecimento são mais fáceis na própria área de tecnologia da informação. Considero mais importante gerar conhecimento, como sempre lembrava e cobrava Ruth Guimarães.
Há um fluxo do conhecimento que precisa ser aprendido com toda sua complexidade, pois envolve pessoas e relações humanas. Levantamento apresentado mostra que inovação é bem baixa para se integrar os diversos elementos da gestão do conhecimento. A professora afirmou que mais vale uma cabeça organizada que uma cheia. Fez uma definição ampla de inteligência competitiva, mostrando a necessidade de olhar para fora. Trouxe o exemplo de empresa produtora de chuveiros metálicos que não vendia mais, pois o foco mudou para artefatos de polímeros. Era um conhecimento só interno, faltava olhar para fora. É importante estar atento a sinais fracos, confusos, com ruídos, de mudanças que virão não se sabe quando e como.
Para mim, essa avaliação parece o famoso “toró de parpite” de forma estruturada, organizada e sistemática, mais ainda muita teoria e pouca praticidade, com moldura analítica.
Por fim, Marcos Lohmann apresentou a solução Watson da IBM, a nova grande onda da computação. Fez propaganda da empresa, sem dúvida, mas foi interessante sua avaliação da quantidade de informação em relação à velocidade de processamento que trouxe a programação de volta à linguagem natural. Sai do modelo determinístico, estruturado e preciso para um modelo probabilístico, não estruturado e relativo.
Pesquisador científico, formado em Química pela Unicamp. Foi professor na EEL-USP, em Lorena, por 20 anos, e atua na pesquisa de biocombustíveis e conversão de biomassa vegetal. Presidiu o Conselho Municipal de Meio Ambiente de Lorena por dois mandatos e é membro fundador da Academia de Letras de Lorena, tendo sido seu presidente por quatro anos.
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