• SANTA CASA SECUNDARIO

FOTOS
VÍDEOS

Ator Jandir Ferrari estreia, em Lorena, peça com contos de Valdomiro Silveira

20/10/2016

Texto recria uma atmosfera intimista, interiorana, para contar histórias fortes e surpreendentes

Shared face

Com três dias de espetáculo, o Teatro Teresa D’Ávila apresenta a peça Leréias- Histórias Contadas por Eles Mesmos, com contos de Valdomiro Silveira adaptados e dirigidos por Caio de Andrade. No palco, o ator Jandir Ferrari, acompanhado de perto pela trilha sonora composta pelo instrumentista e diretor musical Antônio Porto, emoldurados pela luz de Adriana Ortiz. A estreia nacional é no dia 21 de outubro, sexta-feira, às 20h, com sessões também em 22 e 23 de outubro (sábado e domingo), às 20h.

Os quatro contos colhidos do livro Leréias, editado em 1945, revelam a genialidade de Valdomiro Silveira, que nasceu em Cachoeira Paulista, em 1873, e tornou-se um grande nome da literatura nacional vinculada ao estudo do regionalismo paulista, ao lado de nomes de peso como Monteiro Lobato e Cornélio Pires. É reverenciado por Guimarães Rosa, que destacou: “Se não fosse Valdomiro Silveira, não existiria Guimarães Rosa”.

Os contos Pedaço de Cumbersa, Força Escondida, Na Folha-Larga e Do Pala Aberto são histórias aparentemente confinadas ao universo regionalista que resultam numa literatura cosmopolita, repleta de elementos inusitados. O espetáculo recria uma atmosfera intimista, interiorana, para contar histórias fortes e surpreendentes.

Antônio Porto também está em cena, ao lado de Jandir, pontuando de forma integrada as inéditas composições que criou especialmente para a peça e que são tocadas ao vivo, pelos inúmeros instrumentos que o músico domina.

Na sexta, 21, haverá um bate-papo depois do espetáculo.

Caio, Jandir e Antonio estudando o texto credito Maria Carolina Moraes - red

Caio, Jandir e Antonio estudando o texto credito Maria Carolina Moraes – red

Sobre o autor

Valdomiro Silveira nasceu em Cachoeira Paulista, em 1873. Com menos de dois anos foi para São Paulo, onde seu pai foi estudar Direito. Mais tarde, tornou-se, ele também, advogado, depois promotor público, deputado federal, em seguida convidado para ser secretário da Educação e da Saúde do Estado, depois Secretário da Justiça e Segurança pública, vice-presidente e presidente da Assembléia Legislativa. Jornalista e escritor, publicou quatro livros: Os Caboclos, Nas Serras e nas Furnas, Mixuangos e Leréias – Histórias Contadas por Eles Mesmos; narrado saborosamente pelo próprio caipira. Foi desse homem do campo, recolhido em sua roça distante e incompreendida, de comportamento e costumes surpreendentes, que o grande homem de letras se ocupou.

Tornou-se um grande nome da literatura nacional vinculada ao estudo do regionalismo paulista, entre outros destaques de peso, como Monteiro Lobato e Cornélio Pires.

Sobre o ator

Jandir Ferrari nasceu em Presidente Prudente, interior de São Paulo, começou a trabalhar em teatro em 1983, com a peça “O Guarani”, de José de Alencar, com direção de Carlos Wilson. A partir daí, foram várias peças com direção do próprio Carlos Wilson e também de Bernardo Jablonsky, Maria Clara Machado, João Bittencourt, Fernando Peixoto, Roberto Lage, Marcos Caruso, Luiz Artur Nunes, Guilherme Leme, Diogo Vilela, Paulo Biscaia, entre outros.

Seu mais recente trabalho, ainda em cartaz, é a peça “Cássia Eller – o musical”, com direção de João Fonseca. Ingressou na televisão em 1987, em “Mandala”, com direção de Ricardo Waddington, a partir daí foram vários trabalhos em novelas, minisséries e especiais. Destacam-se: “Rainha da Sucata”, “Deus Nos Acuda” (como Gino, filho de D. Armênia), “A Padroeira”, “O Profeta”, “Éramos Seis”, entre outras.

Sobre o compositor

Antônio Porto é natural de Campo Grande-MS. Instrumentista, cantor, compositor, arranjador e produtor musical, trabalhou e gravou no Brasil com artistas como Almir Sater, Renato Teixeira, Pena Branca e Xavantinho, Tetê Espíndola, Alzira Espíndola, Renato Braz, Paulo Simões, Bianca Gismonti e outros. No exterior, com artistas como Alegre Correa, Hubert von Goisern, Timna Brauer, Mohamed Mounir, Rubén Goldin e outros. Tocou em Festivais de Jazz como Moutreaux, Wienner Jazz Festival, Red Sea Jazz Festival, Hildesheim, Paris, Saalfeldner Jazz Festival.

Apresentou-se em cerca de 40 países, entre eles: Áustria (onde viveu por 13 anos), Alemanha, Itália, França, Suíça, Espanha, Inglaterra, Senegal, Egito, Israel, Marrocos, Burkina Faso, Estados Unidos, Paraguai, Bolívia e Argentina. Produz e compõe trilhas sonoras para filmes, propagandas e espetáculo teatral.

Ficha Técnica

Textos – Valdomiro Silveira / Direção – Caio de Andrade / Iluminação – Adriana Ortiz / Cenário – Polyana Zappa / Figurino – Karine Andrade / Design Gráfico – Juliana Vinagre / Produção Executiva – Jandir Ferrari + Caio de Andrade + Adriana Ortiz – Produtores Associados – D5 Produções Artísticas e Palco da História Produções

leitura-de-texto-21-red

leitura-de-texto-13

Sobre Valdomiro

Valdomiro é considerado um dos fundadores do regionalismo brasileiro. Notabiliza-se pelo fato de ter, nos contos sobre o mundo rural, o foco dirigido para o homem caipira. A natureza, os costumes, os valores, tudo o que compõe o universo cultural caipira emerge em sua inteireza através das emoções que sensibilizam a alma de um homem comum, só que pobre e habitante daquele mundo particular. Por isso, como qualquer outro, recebe do autor um olhar que, em nenhuma circunstância, o ridiculariza ou o diminui, como acontece quando o personagem é o caboclo – (Enid Yatsuda Frederico).

“Valdomiro optou pelo caminho mais áspero,que só um temperamento portador de desambição caipira podia tomar, utilizou o espírito da linguagem dialetal, de uma forma homogênea e global, não só quando falam as personagens regionais, mas quando a narrativa é feita pelo próprio escritor. Seus contos, pela estrutura, pelo ritmo, pelo tipo de construção frasal, pelas palavras, pela expressão, espírito e estilo, são elaborados e construídos com observância cuidadosa de estrutura de pensamento na cultura do homem-regional-rural, ou seja, do caipira”.(Bernardo Elis)

Para anotar na agenda

Leréias– Histórias Contadas Por Eles Mesmos
Local: Teatro Teresa D’Ávila. Av. Peixoto de Castro, 539 – Lorena- SP
Data: 21, 22 e 23 de outubro (sexta, sábado e domingo)
Horário: 20h
Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (estudantes, pessoas acima de 60 anos, professores da Rede Pública de Ensino, professores e funcionários do IST e UniFatea)
Bilheteria do Teatro: aberta das 15h às 19h, de segunda à sexta e nos dias de espetáculo. (12) 21242922. Ou pelo site do Alô Ingressos (www.aloingressos.com.br)
Duração: 60 minutos

Print

MAIS LIDAS