Ano de 1954. Aula de redação no terceiro ano no Grupo Escolar Gabriel Prestes. A professora é a dona Florentina, mulher do sr. Milton Areco, pessoa muito conhecida na cidade. Eu cheguei um dia desses de Caraguatatuba, onde morava, e agora estou residindo e estudando aqui em Lorena. Ainda não sei o nome de todos os meus colegas de classe, à exceção de um amigo de sobrenome Malerba (que corre ligeiro como um raio nas brincadeiras do recreio), o Nadir Leão, aquele menino baixinho que você vê ali com uma espécie de capa azul, sob a qual ele esconde uma porção de gibis; o Laerte de Almeida Gonçalves, irmão do seu Lamarck, casado com a dona Leni; o Paulo, um garoto escurinho que não tem uma mão.
É pra gente ler para a professora a redação que ela pediu sobre um aspecto pitoresco, diferente, da nossa cidade. Nós estamos atentos na leitura da redação de um coleguinha ruivo que se senta perto de mim. Ele diz:
– Existe em nossa cidade um bairro muito esquisito onde moram uma porção de mulheres que a minha mãe diz serem sem-vergonhas. Ele se chama Porteira Preta.
Olavo Rubens Leonel Ferreira é formado em Direito, Ciências Sociais e Pegagogia. É mestre em Educação. Lecionou na Universidade de Taubaté, na Faculdade de Direito de Lorena, nas Faculdades Integradas de Cruzeiro, nas Faculdades Teresa D´Ávila de Lorena e no Anglo Vestibulares. Escreve muito; tem uma meia dúzia de livros publicados e a maior parte do que produziu ainda é inédita. Durante alguns anos publicou crônicas sobre Lorena no saudoso Guaypacaré, dos seus amigos João Bosco e Carolina. Mora em São Paulo.
Quando eu cheguei a Lorena, em meados da década de 50 do século passado, o Ricardo Hegedus tinha um estúdio fotográfico na rua Comendador Custódio Vieira, na altura dos fundos […]
1949 foi um ano de mudanças radicais para as professoras do Grupo Escolar Gabriel Prestes. Como o prédio da escola estava precisando de uma reforma, suas aulas foram transferidas para […]
Ali estava dona Vera Molinari contando para o filho Ércio, que gostava de colecionar fotos da Lorena antiga, as histórias da sua meninice. Ela já era bastante idosa, mas nunca […]
Lorena, dezembro de 1951. Esse foi um ano cheio de acontecimentos significativos nesta cidade provinciana. Uma grande coligação de partidos – o PSP, PTB, PTN, UDN e PR – lançou […]
– Como é, hoje tem baile em sua casa? Aquele bancário que as moças encontraram na rua era o seu Nosor. Até hoje eu me pergunto de onde os pais […]
Foi nas primeiras horas da manhã de 15 de outubro de 1949. Alguém disse que os panfletos foram espalhados pela cidade, principalmente na rua Dr. Rodrigues de Azevedo, por um […]
Há 125 anos, nesta cidade de Lorena, aqui perto da estação de ferro, no lugar deste clube de recreação, existiu uma grande fábrica urbana. Nela, milhares de litros de melado […]