Já pensou no quão capaz você é de se reinventar? O ser humano é realmente adaptável a todos os tipos de situações que lhe cercam no decorrer da vida.
Pense na superação das pessoas que passam por problemas… sejam eles de saúde, conjugais, perda de emprego, perda de um ente querido, uma amizade desfeita, etc.. Em muitas vezes, é justamente nessas ocasiões que as pessoas se engrandecem e se reinventam, após se redescobrirem.
Acho até que não devíamos esperar algo de ruim acontecer, para buscarmos um novo eu. Não deveria ser preciso a perda de um emprego para que se aprenda a fazer algo novo. Não deveria ser preciso a perda de algum movimento ou membro para iniciar um processo de superação e exercício físico. Não deveria ser preciso um médico te anunciando que sua saúde vai de mal a pior para você, tomado pelo medo, começar a se cuidar. Não deveria ser preciso perder um grande amor para, então, começar a se cuidar, ou só então se atentar e sensibilizar com o outro. Não deveria ser preciso experimentar a solidão para se valorizar as amizades. Não deveria ser necessário experimentar a extrema pobreza para só então se valorizar e enxergar o que se tem. Não deveria ser preciso experimentar a fome para somente então valorizar seu alimento. Porém, por mais que possa parecer clichê, é nas dificuldades que se aprende a dar valor ao simples, ao básico, ao singelo e a tudo que se tem e não se valoriza.
Muitas vezes, é nas perdas que se sente o quanto a vida cobra e o quanto podemos ser mais fortes, mais ousados, mais corajosos. É nas perdas que aprendemos a ganhar. Se você tiver sensibilidade, coragem, audácia, criatividade e ousadia, você se achará mesmo em meio às dores e às perdas. Somos assim, simplesmente seres adaptáveis a tudo, a todo esse pacote que a vida nos oferece. Há que se ter coragem. Então, se reinvente, mesmo sem ter sofrido ou sido exigido, mas se reinvente sempre. Faça, e faça por você mesmo.
Aline de Castro Machado é advogada há 18 anos, mãe de Bruno Machado, jornalista, e além de profissional, uma mulher em busca constante de novos desafios. Sente necessidade de refletir para tentar se autoconhecer e ao menos tentar conhecer melhor esse ser tão complexo que é o ser humano.
Apaixonada por um texto de Aina Cruz, intitulado “Teoria das pessoas complexas”, cujos trechos preferidos são: “É um tipo de gente que não sabe comer a vida pelas bordas e já enfia a colher, com tudo, no meio da sopa. Arriscam queimar a língua, porque sabem que se queimar passa… Mas para uma pessoa complexa, é a morte levar a vida a acomodar-se. Fazer as coisas porque vai ser mais confortável ou socialmente aprovado. Não se trata de rebeldia, nem de originalidade. É apenas que um coração complexo pulsa em arritmia, tem um compasso diferente… Essa gente complexa detesta assuntos burocráticos, relações burocráticas, protocolos, regras sociais… Assim, vivem cada dia como se fosse o único, como se fosse o último… Gente complexa tem alma de poeta mesmo quando nunca escreveu sequer um verso”.
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