“Na vida, não há nada que temer, apenas a ser compreendido”. (Madame Curie)
O Instituto do Radium de Belo Horizonte, criado para aprofundar o estudo do câncer, teve seu momento de glória em agosto de 1926, quando a cientista consagrada com dois prêmios Nobel, Marie Curie, mais conhecida, como Madame Curie, foi visitar a instituição. A também professora da Universidade da Sorbonne proferiu, na Faculdade de Medicina, uma conferência sobre a radioatividade e suas aplicações na área médica. Na plateia, estudantes que depois se tornariam personalidades famosas: Pedro Nava, Juscelino Kubistchek e João Guimarães Rosa. Curie chegara ao Rio em julho – onde fizera conferências na Escola Politécnica. Em seguida, foi para São Paulo e de lá, para Lindóia – conhecer as fontes de águas radioativas – e ainda seguira para Belo Horizonte. Saiu consagrada de sua única viagem ao nosso país, que durou 45 dias. Morreu oito anos depois de visitar o Brasil, em 1934, aos 67 anos.
Corajosa e transgressora, Madame Curie teve que estudar na clandestinidade em Varsóvia, sua terra natal, pois a Polônia proibia mulheres de cursar a universidade. Só conseguiu se aprofundar nos temas que a levariam a ser uma das mais importantes cientistas de todos os tempos quando se mudou para Paris. Na França, se casou com o também pesquisador Pierre Curie e, juntamente com o amigo Henri Becquerel, o casal dividiria o primeiro Prêmio Nobel da Carreira de Marie, na área da física, “em reconhecimento aos extraordinários resultados obtidos por suas investigações sobre os fenômenos da radiação”. Foi a primeira mulher a receber o prêmio.
Oito anos mais tarde, em 1911, já viúva, recebeu o segundo Nobel, dessa vez em química – pelo descobrimento dos elementos rádio e polônio, o isolamento do rádio e o estudo da natureza dos compostos deste elemento.
Ela inventou o termo radioatividade. Estudou seus efeitos e deixou um legado que revolucionou a humanidade. Entre seus escritos, foi encontrada uma frase que talvez resuma não só sua atividade na ciência, mas também suas aspirações como mulher: “Na vida, não há nada que temer, apenas a ser compreendido”!
Penso que essa frase acolha, de maneira bem abrangente, o significado de uma das mais importantes missões femininas: a de se fazer compreender!
Num mundo onde o papel da mulher foi muitas vezes subjugado aos anseios e planos masculinos, sempre lutando para realizar seus próprios, negados e legítimos desejos, Madame Curie nos indica que se fazer compreender é melhor do se impor pelo medo, pela conveniência do gênero ou pela lógica tacanha de que os homens estão acima das mulheres.
Madame Curie dá nome à rua que passa aqui, atrás do UNIFATEA. Foi olhando seu nome escrito na placa, dia após dia, que me veio a ideia de fazer uma breve reflexão sobre ela e seu trabalho na data em que comemoramos o Dia Internacional da Mulher.
Por você, MULHER, que como Madame Curie persiste cotidianamente, que conduz com firmeza e sabedoria suas aspirações e já compreendeu que a luta se faz através do exemplo e da educação, os meus sinceros votos de vitória e justa conquista!
Wellington de Oliveira cursou mestrado e doutorado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e pós-doutorado em Psicologia da Educação pela mesma universidade. Atualmente, é Diretor Geral da Fatea (Faculdades Integradas Teresa D’Ávila); professor permanente no Programa de Estudos Pós-Graduados em Design, Inovação e Tecnologia da Fatea e Coordenador do Laped (Laboratório Interdisciplinar em Design, Tecnologia e Educação). Suas pesquisas contemplam uma interface entre as áreas do Emotional design, Design de interação e a Psicologia Sócio-histórica, com foco nos seguintes temas: Design, subjetividade e processos culturais; Emotional design e as perspectivas (trans) interdisciplinares nos processos de produção/criação. Pesquisador do Grupo Lace (Linguagem e Atividade em Contextos Escolares) na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo- PUC/SP e no Grupo Atividade e Formação Docente na mesma universidade.
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