O mundo saiu às ruas para alertar e protestar. Em movimento coordenado, otimizando energias e racionalizando as frases, cientistas realizaram marchas nas principais cidades do planeta para denunciar os cortes de verbas para pesquisas, o descaso que tem sido difundido e exacerbado em relação ao estudo do conhecimento e outras questões análogas.

Foi um somatório de questões. As nossas, locais, estão diretamente relacionadas com a prática extinção do Ministério de Ciência e Tecnologia (acrescido por ora da Inovação), transformado em mero apêndice das Comunicações, haja vista o perfil de quem está à frente da pasta. Disso resultou um forte corte no já minguado orçamento para as atividades de investigação científica e tecnológica, que vão desde a pesquisa para novos medicamentos, passando pelo desenvolvimento de tecnologias para melhorar o conforto de nossas vidas, chegando ao entendimento do universo em que vivemos. Tudo é saber, tudo é conhecimento. Os que tomaram o poder sabem que restringindo as atividades científicas, são os mais carentes que sofrem mais. Nefasta política.

A adesão no sábado, dia 22 de abril, não foi grande em nosso país, mesmo porque o Dia da Terra – data escolhida para o evento mundial – ficou no meio de um feriado brasileiro, paradoxalmente o mais significativo no que tange à liberdade do povo. Mas foi suficiente para sair nos jornais e abrir um espaço para reflexão e não apenas resignação com a situação precária. Aprovamos algumas leis que facilitam a atividade do cientista, mas tiramo-lhe o recurso para suas atividades.

São muitos os sobressaltos diários, mas que fique o alerta para que não releguemos à obscuridade a ciência que aqui desenvolvemos muito bem.