Estamos em um mês importante para nossa comunidade. Além de celebrarmos o Dia das Mães e a Festa de Santa Maria D. Mazzarello, somos convidados a nos preparar para a Festa de Maria Auxiliadora, a Mãe e Padroeira da Família Salesiana.

Este tempo de festas é singular. No momento em que o homem se sente perdido face às numerosas manifestações do mal, temos particular necessidade de um anúncio que exprima a confiança no amor da Mãe.

Maria é, indubitavelmente, a Portadora, a Auxiliadora e a Reveladora da profundidade da esperança em nossas vidas. Sim, em nossa existência quotidiana repleta de problemas, a fé em Maria revela esperanças, que se desvelam no cuidado e na ternura da Mãe e refletem a bondade de Deus. Maria é reflexo do amor do Pai. Ela consegue as graças que pedimos a Ele, que por amor à Mãe as concede.

Quanta necessidade da esperança em Deus tem hoje o mundo! Em todos os continentes, é na profundidade do sofrimento humano que se eleva a invocação da misericórdia. Onde predominam o ódio e a sede de vingança, onde a guerra causa o sofrimento e a morte dos inocentes, a graça da misericórdia se faz necessária para aplacar as mentes e os corações, e para fazer reinar a paz. Onde falta o respeito pela vida e pela dignidade do homem, é necessário o amor esperançoso de Deus, a cuja luz se manifesta o indescritível valor de cada ser humano. É necessária a esperança para fazer com que toda a injustiça no mundo encontre o seu fim no esplendor da Verdade.

O coração maternal de Maria participa do amor e da esperança em Deus. Ela experimentou a esperança divina, acolhendo no Seu ventre a própria fonte de toda misericórdia: Jesus Cristo. Ela, que sempre viveu intimamente unida ao seu Filho, sabe melhor do que ninguém o que Ele deseja: que todos os homens se salvem, que a ninguém jamais faltem a ternura e a esperança em Deus.

Maria permanece conosco, precede-nos na fé e serve-nos de guia e de companheira, nos caminhos da missão educativa. Ela está entre nós. Dom Bosco testemunhou isso quando, na sua última visita à comunidade das Filhas de Maria Auxiliadora, em Nizza Monferrato, disse emocionadamente: “Nossa Senhora está realmente aqui, no meio de vocês! Nossa Senhora passeia nesta casa e cobre-a com seu manto” (Cron. V, p. 52).

Neste tempo da Festa de Maria Auxiliadora, há lugar para a esperança, apesar dos muitos sinais em contrário. Os dados de que dispomos sobre a realidade social nos deprimem, mas um olhar mais profundo nos convida à esperança. Por toda parte, brotam sinais de fraternidade universal: pessoas concretas que se comprometem, tantas vezes de forma anônima, para tornar possível que outras pessoas possam, não apenas reconhecer, mas viver sua dignidade de filhos e filhas de Deus.

É momento de celebrarmos ao lado das nossas mães, sejam elas de sangue ou não, a dádiva do amor e da família. É também uma ocasião para que muitos de nós lembremos com carinho e saudade das mães que já não estão aqui conosco e uma que não deve ser esquecida e sempre celebrada como exemplo é Maria, mãe de Jesus.

Deixemos que Maria passeie entre nós e celebremos este tempo de festa como uma festa de admiração, de louvor, de alegria e de esperança. Em meio às provações da nossa missão educativa, voltemos nossos olhos para Maria como para uma luz que aponta para o horizonte. Que Maria, a de Nazaré e a de Mornese, revitalize nossa comunidade na esperança para que sejamos uma casa de simplicidade e vida evangélica, para ser com os jovens missionários de esperança e alegria.

Afetuosamente,

Prof. Dr. Wellington de Oliveira
Reitor do UNIFATEA