Nosso Brasil vive hoje uma das piores crises políticas da nossa história (se não a pior!), com tamanhos rombos aos cofres públicos, tantas investigações, delações, prisões… A cada dia que ligamos a TV, temos uma surpresa!
Mas vamos pensar… a crise é só lá? E o que podemos fazer diante disso?
Hoje eu te convido a olhar. Olhar para o cenário político sem julgamentos. Não importa mais o partido que está ou esteve à frente do nosso país. Trata-se de apenas olhar onde chegamos e que tudo isso que está acontecendo, além de necessário, possui fundamento.
Diante de um olhar sistêmico, olhando para a origem do povo brasileiro, sabemos que este formou-se pela miscigenação de etnias diversas, que vieram para o Brasil também por vários motivos, trazendo em sua bagagem sua cultura e história. Ah, e como trouxeram! Eis a raiz da riqueza da nossa cultura em nossas danças, culinária, vocabulário, costumes, arte, música, etc… Bem, e o que fizemos / fazemos com isso?
No ano passado, Bert Hellinger, criador das Constelações Familiares, esteve em Brasília e em São Paulo para um seminário. Bert falou sobre a nossa situação política ainda naquele ano e disse algo que nos levou a reflexão. Disse que enquanto nós, brasileiros, não honrássemos as nossas origens, olhássemos com amor, respeito e gratidão para os povos que formaram este país, ainda tínhamos muito o que “penar” com os nossos governantes. (Somos nós quem os colocamos lá, direta ou indiretamente, certo?)
Pela Lei da Hierarquia descoberta pelo próprio Bert, quem veio antes, ou seja, os mais antigos, os mais velhos, possuem precedência sobre aqueles que vieram depois no sistema e merecem serem vistos com honra e gratidão. Em nosso país, sistema ao qual todos nós brasileiros pertencemos, quais povos vieram antes? Os índios, os portugueses e os negros. Quantos de nós, ao consultarmos a nossa árvore genealógica, temos a origem das nossas famílias aí? E, em pleno 2017, como estes povos são lembrados, como os tratamos?
Nossos índios encontram-se cada vez mais sem espaço, vítimas de descaso e também de violência. Quanto aos negros, estes ainda sofrem preconceito / racismo de todas as maneiras. Os portugueses continuam alvos certos de piadinhas onde se duvida da sua inteligência e capacidade.
Somos todos conectados em um campo que é atemporal. Absolutamente todos pertencem e precisam ser vistos como pertencentes. O que aconteceu há 500 anos ainda reflete na atualidade. O modo como tratamos a nossa gente, os formadores da sociedade brasileira, sem respeito e gratidão, traz como uma das consequências o caos da ética de maneira geral, o que vivenciamos hoje.
Então, segue o convite: vamos olhar para nossas origens com amor! Acredito que a mudança neste país partirá de dentro do coração de cada um de nós. Olhemos para tudo isso e dizemos: SIM! Dizemos “sim” para nossa ancestralidade e a reverenciamos. Concordamos com ela somente porque foi assim, do jeitinho que foi, que nós estamos aqui! Quando olhamos para as nossas raízes, ganhamos força e coragem (“cor” + “agem” = agir com o coração) para seguirmos adiante.
E assim caminharemos juntos, cada qual com o seu movimento interno de concordância e gratidão, sem julgamentos, em busca da construção de uma sociedade brasileira inclusiva, ética e grata.
Um viva à nossa ancestralidade! Viva os índios, os negros e os europeus, que acharam nesta terra tupiniquim a sua morada! Sejamos gratos à vinda deles e também a tudo o que aconteceu, tudo o que eles suportaram e avançaram para que nós pudéssemos ter uma vida bem mais leve hoje.
Christiane Reis Rodrigues Fonseca é psicóloga há mais de 20 anos, estudiosa do desenvolvimento humano e seus relacionamentos, mediação de conflitos e controle emocional. Apaixonada pela filosofia sistêmica nos moldes de seu criador, Bert Hellinger. Facilitadora das Constelações Familiares e Organizacionais. Educação Sistêmica. Terapeuta Sistêmica em Florais de Bach. Especialista em Atendimento Terapêutico individual, casal e familiar no modo online.
Instagram: @christianefonseca.constelar
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