A criatividade aplicada para cometer crimes está cada vez maior. O desrespeito ao próximo também. Na sexta-feira de 8 de setembro, por volta do meio-dia, uma mulher de 57 anos caiu em um golpe logo após sacar o seu pagamento mensal em uma agência bancária no Centro de Lorena.

Segundo relato da filha da vítima, a mulher havia acabado de sacar seu salário para pagar as contas de uma reforma que está realizando em sua casa. Saiu do banco, encontrou-se com o marido que a esperava e foi à rua Principal da cidade (rua Dr. Rodrigues de Azevedo), para fazer compras. Pouco depois, uma suposta grávida passou por eles e deixou cair uma bolsa. A senhora pegou a bolsa e saiu atrás da mulher, com a intenção de devolvê-la. Sem conseguir alcançá-la (a grávida andava muito rápido), uma terceira mulher apareceu para ajudar, dizendo ter acompanhado o acontecido; e correu atrás da grávida, alcançando-a e informando-a sobre a bolsa.

Foi então que a grávida golpista veio agradecer à mulher que “encontrou” sua bolsa, demonstrando gratidão por seu ato de honestidade. Na sequência, ofereceu à vítima uma recompensa, alegando que seu pai tinha um galpão na rua Major Rodrigo Luís (também no Centro, próximo ao Pronto Socorro), ao lado de uma lavanderia, onde ele supostamente fazia distribuição de produtos de cama e banho (para vendedores ambulantes). A grávida disse à senhora que era pra ela ir buscar um presente com seu pai, mas ela recusou; disse que não era necessária a recompensa.

Diante da recusa, a golpista começou a dizer que estava passando muito mal, chegando até mesmo a vomitar na rua. Simulando desespero, pediu ao marido da vítima que buscasse um remédio pra ela na farmácia correndo, e o homem assim o fez. Assim que ele saiu, a grávida implorou para que a senhora fosse até o galpão que havia mencionado anteriormente, para que chamasse seu pai para levá-la com urgência ao hospital.

Preocupada com a grávida, a vítima decidiu ajudá-la. Disse que ia chamar seu pai no depósito enquanto o marido não voltava da farmácia com o remédio. Antes de sair, porém, a grávida disse à solícita mulher que ela não conseguiria entrar no galpão com bolsa, pois seria barrada pelos seguranças. Confiando na idoneidade da mulher que supostamente passava mal, e com a intenção de ser ágil, a vítima nem pensou: entregou sua bolsa nas mãos da grávida e partiu rumo ao galpão.

Chegando ao local indicado pela golpista, a vítima percebeu que não havia nenhum galpão e nem o número que a mulher citou existia. Voltou onde havia deixado à grávida, mas quando chegou, a golpista já havia desaparecido com sua bolsa, que além de seus pertences e documentos pessoais, continha um valor de R$3.375, que a vítima havia acabado de sacar para pagar suas contas.

Percebendo que foi vítima de um golpe, a senhora foi até a Delegacia do Centro (2º D.P.), onde foi registrado boletim de ocorrência. Segundo a vítima, ela ficou surpresa ao saber que, além dela, outras duas pessoas já haviam caído neste golpe. Com o mesmo modo de agir: a suposta grávida “perde” a bolsa perto de pessoas que acabaram de sair do banco, após sacarem grandes quantias de dinheiro, e age junto com uma outra mulher, que oferece ajuda para devolver a bolsa. Segundo o marido da vitima, a comparsa da grávida estava na porta do banco desde quando chegaram para sacar o dinheiro, mas ele não imaginava o desenrolar de toda essa situação.

A Polícia Civil está ciente do caso, que foi registrado como furto (e não como estelionato). Fica o alerta à população do novo estilo de golpe.