Os adolescentes que são vítimas de bullying e perpetradores da prática são mais propensos a dizer que querem submeter-se a uma cirurgia estética para serem mais atraentes ou corrigir falhas percebidas, relata um estudo do Plastic and Reconstructive Surgery®, jornal médico oficial Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos.
“Entre as vítimas de bullying, o aumento do desejo por uma cirurgia estética está relacionado ao mau funcionamento psicológico, de acordo com a nova pesquisa. Os resultados sugerem que os cirurgiões plásticos precisam estar atentos a pacientes com vulnerabilidades psicológicas e história de bullying”, afirma o cirurgião plástico Ruben Penteado, (CRM-SP 62.735).
Maior desejo por cirurgia plástica
O estudo explorou a relação entre bullying e interesse em cirurgia plástica em estudantes britânicos de 11 a 16 anos. Na primeira fase do estudo, cerca de 2.800 adolescentes foram identificados com envolvimento em casos de bullying, conforme avaliado por eles e seus pares.
A segunda fase concentrou-se em 752 adolescentes, incluindo 139 identificados como vítimas de bullying, 146 como perpetradores de bullying e 294 que foram vítimas e perpetradores. Os 173 adolescentes restantes não estavam envolvidos em casos de bullying. Os participantes foram questionados sobre se gostariam de fazer uma cirurgia plástica como forma de se tornarem mais atraentes ou para mudar algo em sua aparência.
“Os resultados mostraram que os adolescentes envolvidos no bullying, em qualquer papel, estavam mais interessados nas cirurgias estéticas em comparação com os que não estavam envolvidos no bullying. O desejo de fazer uma cirurgia plástica foi maior em vítimas de bullying, mas também aumentou entre os agressores”, explica Ruben Penteado, que é membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
O interesse pela cirurgia estética foi maior em meninas do que em meninos, bem como em adolescentes mais velhos e naqueles cujos pais tiveram um nível de educação mais baixo. Mas os adolescentes envolvidos no bullying, incluindo meninos e meninas, tiveram mais desejo de fazer uma cirurgia plástica do que seus pares não envolvidos.
“Ser vítima de colegas resultou em um mau funcionamento psicológico, o que aumentou o desejo pela cirurgia plástica. Em contraste, para os perpetradores de bullying, o desejo pela cirurgia plástica não estava relacionado com o funcionamento psicológico. Para os agressores, a cirurgia plástica pode simplesmente ser outra tática para aumentar o status social, para parecer bem e alcançar o domínio”, diz Penteado.
À medida que as taxas de cirurgia estética aumentam, os pesquisadores estão interessados em entender os fatores que levam as pessoas a desejar uma mudança na aparência. Estudos anteriores descobriram que cerca de metade dos adultos que procuram uma cirurgia plástica relatam uma história de humilhação ou bullying.
“O novo estudo sugere que a relação entre bullying e cirurgia estética já está presente em adolescentes que atualmente estão sendo vítimas de seus pares. O desejo de cirurgia plástica em adolescentes intimidados é, portanto, imediato e duradouro”, destaca o diretor do Centro de Medicina Integrada.
O link para o mau funcionamento psicológico é consistente com estudos anteriores que identificam uma imagem pobre do corpo como um dos principais impulsionadores do desejo de cirurgia plástica. “Os pesquisadores sugerem que os cirurgiões plásticos devem considerar o rastreamento da vulnerabilidade psicológica e a história passada de vitimização por bullying ao avaliar pacientes para cirurgia plástica, tanto adultos, como adolescentes. Tratar a saúde mental de adolescentes intimidados pode reduzir o desejo pela cirurgia plástica”, diz o cirurgião plástico.
Fonte: www.medintegrada.com.br
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