atualizada em 22/1/2018 – 11h
A orientação da Secretaria de Saúde é para que, até o dia 24 de janeiro, apenas as pessoas que irão viajar para áreas de risco procurem o Ambulatório de Especialidades II (ao lado da Câmara Municipal), único local neste momento para tomar a vacina contra a febre amarela. O ideal é que a vacina seja feita 10 dias antes da viagem. Porém, os lorenenses estão indo em massa em busca da proteção contra a doença.
Até o dia 24, as vacinas estão sendo feitas somente às segundas e quintas, a partir das 7h. Mas na madrugada de quinta-feira (dia 18), por volta das 4h30 da manhã, já havia gente na fila, aguardando para pegar senha. Segundo informações, foram distribuídas 150 senhas, que não foram suficientes para todas as pessoas presentes no Ambulatório. Mas havia pessoas sem senha na fila, na expectativa de já conseguirem se vacinar.
Não é necessário comprovar a viagem e a espera pela vacina pode demorar o dia todo (até as 17h), de acordo com a disponibilidade das doses.
Campanha para toda a população
A campanha de vacinação para a população em geral teria início em 29 de janeiro, mas foi adiantada para o dia 25, próxima quinta-feira, e segue até 17 de fevereiro, em todo o Estado de São Paulo e em todas as Unidades de Saúde de Lorena (de segunda à sexta, das 7h às 16h30). É importante ressaltar que as pessoas que já foram vacinadas, em algum momento da vida, não precisam se vacinar novamente. A dose única garante imunidade por toda a vida. Pessoas maiores de 60 anos devem passar por avaliação médica antes de se vacinarem.
A vacinação em massa é uma ação preventiva, com o objetivo de reduzir a incidência de febre amarela silvestre e impedir o surgimento de casos de febre amarela urbana. A proposta é que 100% da população, até o final do ano de 2018, esteja vacinada.
Até o momento, todos os casos confirmados de febre amarela no Brasil ocorreram por transmissão silvestre. Portanto, a população vulnerável, ou seja, aqueles que vivem em áreas de mata e/ou nas áreas rurais, contarão com uma intensificação das ações nessas áreas no período da campanha. Confira o calendário:
DATA | LOCAL | HORÁRIO |
3/2/2018 | Pinhal Novo e Pinhal Velho e na UBS do Pinhal Novo | 9h às 16h |
3/2/2018 | Sertão Velho: na área do Paraitinga, Poço Fundo e na UBS do Sertão Velho | 9h às 16h |
3/2/2018 | Novo Horizonte: na área da Fazenda Mondezir e Pedroso | 9h às 16h |
3/2/2018 | Horto Florestal: na área Centri e Santa Rita | 9h às 16h |
3/2/2018 | Ponte Nova: na área do Porto do Meira e Vila Angelina | 9h às 16h |
17/2/2018 | Santa Lucrecia: na área de Santa Lucrécia e na UBS Santa Lucrécia | 9h às 16h |
17/2/2018 | Novo Horizonte: na área de Bonito e Pedroso | 9h às 16h |
17/2/2018 | Horto Florestal: na área da Santa Rita | 9h às 16h |
17/02/2018 | Ponte Nova: na área do Banhado, Natureza, Palmeiras e Campinho e na UBS Campinho | 9h às 16h |
17/2/2018 | Sertão Velho: na área do Cocho,Taboão, Serrana e na UBS Sertão Velho | 9h às 16h |
Outra medida importante de prevenção é o uso de repelentes, principalmente pelas pessoas que não podem tomar a vacina (veja abaixo quais são as contraindicações).
Vacinas esgotadas na rede particular
Em Lorena, na rede particular, as vacinas – que custam cerca de R$ 150 – acabaram no início deste mês de janeiro. De acordo com a enfermeira Cibely Castro, empresária da Protecina, normalmente, a vacina só é indicada pra quem vai viajar. Porém, devido aos casos de morte noticiados em decorrência da febre amarela, a procura foi grande e o que havia em estoque acabou-se rapidamente. “O telefone toca o dia inteiro. As pessoas querem tomar a vacina. Mas os fornecedores não têm para nos enviar. Só vamos receber mais doses no final de fevereiro”, explica.
Orientações sobre a vacina
A vacina não pode ser tomada nas seguintes condições:
– Pessoas com alergia ao ovo
– Mulheres em qualquer fase da gestação
– Lactantes (mulheres em fase de amamentação)
– Pacientes em tratamento de radioterapia ou quimioterapia
– Pacientes que fazem tratamento com corticóides
– Pacientes submetidos a tratamentos com imunossupressores
– Pacientes portadores de doenças autoimunes
– Bebês com idade abaixo de 9 meses
– Pacientes que já tomaram a vacina anteriormente
– Pacientes portadores de doenças hepáticas, hematológicas, renais e neoplásicas
– Pacientes portadores de HIV / Aids (somente com avaliação médica)
Áreas de risco
Atualmente, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a vacina é recomendada para quem vai para os estados das regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Maranhão, além de partes dos Estados da região Sul, Bahia e Piauí. Ou seja, está se estendendo para todo o País.
De janeiro de 2017 até o momento, já foram registrados 40 casos confirmados da doença e 21 mortes no Estado de São Paulo, sendo que 11 aconteceram somente nos primeiros dias de 2018: de 2 a 16 de janeiro.
O que é e quais os sintomas da febre amarela?
A febre amarela é uma infecção de curta duração e muito diversificada clinicamente. 90% dos casos são assintomáticos e de formas leves. Cerca de 10% apresentam formas graves, com alta mortalidade.
Procure imediatamente atendimento médico em caso de febre, calafrios, dores musculares, dores de cabeça, dores nas articulações, náusea, vômito, fadiga e fraqueza. Nos casos mais graves, o paciente pode apresentar icterícia intensa, febre muito alta, sangramentos importantes e comprometimento renal.
Febre amarela silvestre versus urbana
Desde 1942, não há registros de casos de febre amarela urbana no Brasil. Porém, o crescimento rápido das cidades aproximou-as da zona rural, confundindo sua limitação. Muitas moradias estão localizadas próximas de matas, facilitando a transmissão da febre amarela às áreas urbanas. A ocorrência de febre amarela silvestre tem ocorrido isoladamente e até em surtos na zona de matas; porém, ela é transmitida do reservatório principal (que são os primatas) para o homem através de mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes.
Na zona urbana, a transmissão se dá através do Aedes aegypti, que havia sido erradicado desde os anos 80 e retornou com força total nesta década. O combate a esse mosquito (transmissor também da dengue, zica vírus e chicungunya) em um país continental como o Brasil tornou-se muito difícil, talvez impossível de erradicar.
Para o professor Roberto Focaccia, autor de conceituados tratados de epidemiologia, a grande ameaça para a população e o risco de uma endemia é que a febre amarela silvestre torne-se urbana, sendo transmitida pelo Aedes aegipty. E a única solução é a vacinação em massa, procedimento que começou a ser adotado nos últimos dias pelas autoridades sanitárias.
Orientação também nos hospitais
Além das medidas tomadas pela Secretaria de Saúde do Estado, na rede pública, a FEHOESP (Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo) está iniciando uma campanha junto aos serviços de saúde privados em todo o Estado, que somam 504 hospitais e 38. 563 clínicas médicas, objetivando informá-los sobre os sintomas e procedimentos que se deve adotar diante de um paciente com suspeita de febre amarela.
Segundo o professor e infectologista Roberto Focaccia, quanto mais rápido o diagnóstico, maior a possibilidade de sobrevida nos casos hemorrágicos mais graves. Daí a importância dos médicos e profissionais da Saúde estarem preparados para detectar com rapidez e precisão a febre amarela, a fim de salvar vidas. No entanto, não há tratamento específico para a doença. O importante é que os pacientes graves (com perda sanguínea) sejam internados em UTI, com reposição de líquidos, aguardando a regressão da infecção.
O presidente da FEHOESP, o médico Yussif Ali Mere Jr., alerta que os sintomas da febre amarela podem ser confundidos com outras doenças. Somente o exame laboratorial, que detecta o vírus, pode confirmar o diagnóstico. “Nas formas graves pode se confundir com hepatite fulminante, descompensação de uma cirrose hepática, leptospirose grave, septicemia bacteriana, febre maculosa, dengue e outras febres hemorrágicas”, destaca.
Para o médico, o mais importante é que a população seja imunizada e procure os serviços de saúde rapidamente quando do aparecimento de algum sintoma.
Para mais informações, os telefones do Ambulatório de Especialidades II de Lorena são: 3153 2089 ou 3153 1902. O endereço: rua Erendy Novaes Ferreira, 22 – Centro. O telefone da Secretaria Municipal da Saúde é o 3159 3300.
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