A busca pela felicidade é algo que nos move. Todo mundo está buscando ser feliz da sua forma, do jeito que lhe é possível, certo? A felicidade para o ser humano é uma meta traçada; é o ápice do seu desejo. Mas quando é que chegamos lá? Chega-se lá?
Qualquer um que já tenha vivido um pouco sabe que a vida não é feita somente daquilo que escolhemos, que queremos, que “achamos” que é o melhor pra gente e para o outro. Há tropeços, há perdas, há dor pelo caminho… Muitos de nós começamos a aprender tudo isso quando ainda somos crianças. Eis a vida como ela é!
Já sabemos que a Grande Vida tem propósitos que nem sempre se encaixam com os nossos desejos e nem mesmo com os nossos esforços. Às vezes ela traz a morte de um pai ou uma mãe quando ainda somos pequenos, um divórcio escolhido somente pelo(a) nosso(a) companheiro(a), um aborto por qualquer motivo e que ainda não elaboramos no coração, filhos que desejamos que não vêm, filhos que não desejamos que vêm, uma doença grave que nos chega (ou a um ente querido), a ocorrência de acidentes, fracassos financeiros, suicídio de alguém da família e outras situações que nos acontecem – ou a alguém próximo – e que imediatamente nos trazem perguntas: Trata-se de merecimento? Está certo? Por quê?
Ir atrás de respostas para perguntas como estas não nos leva a lugar algum. Tal dispêndio de energia nos prenderá a algo que já aconteceu; é passado; já foi!
O caminho para o MAIS é aquele no qual entramos em sintonia com aquilo que se apresenta, do jeito que se apresenta, ainda que não seja o que ou da forma que almejamos. Isso é ser adulto! Somente um adulto pode enfrentar problemas de adulto. E não se trata de aceitar, é mais que isso. Trata-se de concordar com o que a vida traz como um alimento, uma oportunidade de crescimento oferecida por uma Sabedoria Maior, que nos tornará mais fortes após a tempestade.
Fazer das frustrações e das adversidades da vida como uma fonte (por mais difícil, doído e pesado que possa parecer no momento), como algo que nos ajuda na maturidade e no exercício da humildade diante da vida. O sofrimento exige que encaremos o real, nos confronta com aquilo que é e ponto. Se permitirmos, ele nos fará mais fortes.
Então, onde está a felicidade? Penso que a felicidade verdadeira, a real, a humana, está no exercício de concordância diante daquilo que se apresenta, na abertura do nosso coração para aquilo que nos é difícil, bem difícil, do jeito que vier. Concordar é estar em sintonia com a vida, é fazer o que é preciso e já!
Ficar no lugar das lamentações, da pena, da vitimização, da resistência, da procura dos “porquês”, das críticas… além de não nos levar a lugar algum, só nos afasta da nossa força para olhar para aquilo que é preciso, do jeito que se mostra, do jeito que é possível. Nem sempre tudo o que queremos é o que precisamos. E a vida sabe disso.
Christiane Reis Rodrigues Fonseca é psicóloga há mais de 20 anos, estudiosa do desenvolvimento humano e seus relacionamentos, mediação de conflitos e controle emocional. Apaixonada pela filosofia sistêmica nos moldes de seu criador, Bert Hellinger. Facilitadora das Constelações Familiares e Organizacionais. Educação Sistêmica. Terapeuta Sistêmica em Florais de Bach. Especialista em Atendimento Terapêutico individual, casal e familiar no modo online.
Instagram: @christianefonseca.constelar
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