Um dos aspectos mais visíveis nos jovens da “geração millennials” é a facilidade que possuem em argumentar e até mesmo apontar problemas quando estão diante de alguma situação que represente o risco de prejudicá-los diretamente. Esse é um talento que resulta, em grande parte, da “super-nutrição de informações” a que eles estão submetidos nas mídias sociais.
Essa condição não está restrita ao jovem. Afinal, todos os indivíduos, independente da idade, podem usufruir dessa evolução social provocada pela internet e suas infinitas possibilidades. Contudo, é inegável que são os jovens que melhor sabem como acessar o infinito universo de dados que permitem estabelecer referenciais de comparação muito eficazes. Por isso, a extraordinária capacidade de crítica e retórica que observamos nos “millennials”.
Tal cenário é tão evidente, que as empresas e seus gestores já não consideram o jovem apenas uma força de trabalho novata e, portanto, mais barata. Tudo está se transformando. Contudo, ainda não está muito claro quais são os novos pilares que sustentarão a nova realidade de gestão.
A busca por engajamento e a retenção de jovens profissionais agora é tão prioritária quando a gestão do negócio e o foco nos resultados, mas mesmo assim, esse fator não representa, ainda, ações práticas e eficazes no aproveitamento de todo potencial de inovação e produção que os jovens podem realizar.
Chega a ser um paradoxo que a maior quantidade de indivíduos desocupados ou desempregados estão justamente na faixa de 18 a 24 anos (25,9% em 2017 – IBGE), quando justamente deveríamos estar observando o pleno emprego de todo potencial produtivo que a geração mais preparada da atualidade deveria representar.
Isso significa que há um desafio educacional sem precedentes.
Como veteranos, erramos nas últimas duas décadas, ao dedicar muita energia apenas em qualificar os mais jovens em competências, fornecendo todo tipo de acesso a informações, treinamentos e formações teóricas. O erro foi justamente negligenciar o desenvolvimento das atitudes, provocando o surgimento de uma geração frágil e completamente dependente da mesma tecnologia que deveria ajudar a ampliar, de forma exponencial, todo potencial dos jovens millennials.
O resultado é que hoje, sem muito esforço, encontramos jovens ambiciosos, declarando seus sonhos e expectativas nas redes sociais, mas que agem de forma indiferente ou omissos diante dos desafios, aguardando algum tipo de solução colaborativa que alguém deveria estar apresentando.
Não há mais dúvidas de que os jovens estão alterando e irão continuar transformando completamente o mundo, mas precisamos entender que isso está acontecendo justamente por causa dos comportamentos e expectativas deles. Por isso, não se pode mais negligenciar o desenvolvimento das atitudes dessa geração.
Aprender a lidar com as frustrações, desenvolvendo a resiliência necessária nesse mundo em transformação, deve ser uma das principais buscas que o jovem deve promover em sua vida, pois assim alcançará a maturidade e autonomia para lidar com suas escolhas e seus propósitos.
Artigo escrito por Sidnei Oliveira e publicado no blog da Exame.com
Sobre o autor
Mentor, escritor e consultor de carreira, expert em conflitos de gerações. Autor de oito livros sobre liderança e best-sellers da série Geração Y.
É idealizador e fundador da Escola de Mentores, espaço para formação mentores com metodologia exclusiva para elevar a maturidade do jovem.
Foi executivo e diretor em instituições Financeiras e fundador dos sites Achei!! e Zeek! Também articulista e colunista na Exame.com, onde reflete sobre carreira, Relacionamentos e estilo de vida dos Jovens talentos de todas as gerações.
Obras do autor:
2018: CICATRIZES – Os desafios de amadurecer do século XXI (Lançamento!)
2016: GERAÇÕES – Encontros, desencontros e novas perspectivas
2015: MENTORIA – Elevando a maturidade e desempenho dos jovens
2014: CONECTADOS, mas muito distraídos
2013: PROFISSÕES DO FUTURO – Você está no jogo?
2012: JOVENS PARA SEMPRE – Como entender os conflitos de gerações
2011: GERAÇÃO Y – 2 Ser potencial ou ser talento? – Faça por merecer
2010: GERAÇÃO Y – O nascimento de uma nova versão de líderes
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