O inverno está chegando e os dias já estão mais frios. Temperaturas baixas facilitam a circulação do vírus influenza, causador da gripe. O problema é que, além do tipo H1N1 (gripe suína), até o final de maio, o Brasil já registrava 57 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave, causados pelo influenza H3N2. Desse total, dez pacientes morreram, sendo três no Estado de São Paulo.
O H3N2 é uma versão grave da gripe, que infectou mais de 47 mil pessoas no último surto, somente nos Estados Unidos, provocando diversas mortes, principalmente de crianças e idosos.
Prevenção para poucos
A forma mais eficaz de proteção é a vacina, que precisa ser reforçada anualmente, devido às mutações genéticas dos vírus. A vacina de 2018 previne o H1N1, o H3N2 e também um subtipo do influenza B. E é aí que reside o problema.
No Estado de São Paulo, a meta é atingir 90% de cada grupo do público-alvo da Campanha Anual de Vacinação contra a Gripe, que começou no dia 23 de abril e seria encerrada em 1º de junho. Devido à baixa procura, a Campanha foi prorrogada até 15 de junho e, nesta semana, prorrogada novamente, até o dia 22.
Em Lorena, o índice está muito abaixo do ideal. E o mais preocupante: dos grupos prioritários, o que menos contabiliza imunizações na cidade é o das crianças de 6 meses a 5 anos. Somente 24,33% dos bebês e crianças nessa faixa etária foram levados por seus pais para ficarem protegidos da H3N2.
Nos outros grupos prioritários, a imunização também está bem abaixo da meta: idosos (67,22%), profissionais da Saúde (66,15%), gestantes (52,35%) e puérperas (112%). Este grupo das mulheres que tiveram filhos há menos de 45 dias supera a meta porque a Maternidade da Santa Casa de Lorena recebe gestantes de diversas cidades da região. Após o parto, elas já são imunizadas, ainda internadas. Daí o número acima de 100%.
Professores e portadores de doenças crônicas também integram o público-alvo, mas não são considerados grupos prioritários. Por isso, as porcentagens não são contabilizadas, de acordo com a Prefeitura de Lorena.
Por equívoco, Lorena chegou a confirmar dois casos de H3N2
Nesta terça-feira, 12 de junho, a Secretaria de Saúde de Lorena chegou a confirmar, no início da tarde, dois casos de gripe A H3N2, incluindo um óbito. Porém, no mesmo dia, após reavaliação, a Vigilância Epidemiológica Estadual concluiu que tratava-se de gripe A Sazonal/H3, ou seja, gripe comum.
Este caso de morte investigado foi de um senhor de 71 anos, no mês de maio. O homem era portador de doença cardíaca, diabético e não foi vacinado contra a influenza. Os sintomas do paciente tiveram início no dia 5 de maio, com febre, desconforto respiratório, tosse e dor de garganta. A medicação específica (Oseltamivir) chegou a ser iniciada durante a internação; porém, o caso evoluiu para óbito no dia 27.
O outro caso que chegou a ser confirmado, e depois descartado, é o de uma paciente de 22 anos, que apresentou sintomas no dia 27 de abril, com febre, desconforto respiratório, tosse, dores de garganta, falta de ar e dores musculares. A paciente foi internada no dia 28, sendo medicada durante a internação e recebendo alta hospitalar em 4 de maio. Por não fazer parte dos grupos prioritários, sendo este definido pelo Ministério da Saúde, a jovem não tomou a vacina.
Em 2018, 11 casos suspeitos na cidade
Ainda de acordo com a Secretaria de Saúde Municipal, dos onze pacientes internados em instituições de saúde de Lorena neste ano, com suspeita de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), dez são moradores de Lorena mesmo e um paciente é de Cachoeira Paulista. Cinco pacientes ainda aguardam resultado de exames e seis casos foram descartados laboratorialmente.
É importante reforçar que a vacina contra a gripe continua disponível em todas as unidades de Saúde da cidade, para o público-alvo determinado pelo Ministério da Saúde: crianças de 6 meses a menores de 5 anos, gestantes, puérperas, idosos, profissionais de saúde, professores e pessoas portadoras de doenças crônicas. No total, apenas 54% deste público foi vacinado.
Na rede privada, a vacina está disponível para a população em geral. Porém, ela não é indicada a bebês com menos de 6 meses, a pessoas que já tiveram reações anafiláticas em aplicações anteriores, a quem teve a Síndrome de Guillain-Barré ou reações alérgicas ao ovo.
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