Há alguns dias, o público brasileiro reagiu negativamente a uma apresentação prévia do filme que conta o assassinato do casal Richthofen pela filha. Em uma avalanche de críticas, pedia-se, entre outras coisas, que o presidente da República vetasse o lançamento do longa, previsto para o final deste ano ou início de 2020.
Dicotomicamente, o mesmo público acompanha ansioso o sucesso no festival de Veneza no filme Coringa, estrelado por Joaquin Phoenix. A obra fala da origem do criminoso na fictícia Gothan City, a cidade de Batman.
Expectadores ainda prestigiaram Zac Afron no final de julho, quando o mesmo estrelou A Irresistível Face do Mal. O filme falava sobre o assassino em série Ted Bundy, que apavorou os Estados Unidos na década de 70. A Irresistível Face do Mal faturou R$ 431 mil em solo brasileiro.
Por que gostamos de ver histórias de loucos estrangeiros, mas relutamos em assistir roteiros que falam dos psicopatas autóctones?
Uma pesquisa publicada pelo instituto canadense PsychTests mostrou que o ser humano está despreparado para lidar com críticas.
Em outras palavras, falamos com tranqulidade dos outros e franzimos a testa quando somos criticados.
O trabalho ouviu 3.000 pessoas. Um total de 66% dos entrevistados admitiram detestar feedback negativo.
Ninguém gosta quando ouve falar a respeito de si. E narrar a história de Suzane Von Richthofen incomoda, pois mostra que as fragilidades vistas em outros países podem também vitimar o povo daqui.
Crimes de grande comoção no Brasil devem permanecer no passado. São chagas que não podem ser celebradas. Ou compensa reabrirmos as feridas?
Foi normal ler sobre a tragédia no colégio estadunidense de Columbine. Estava longe. A situação mudou quando falamos do que aconteceu na escola em Suzano. O sentimento transformou-se. Porque tem doente mental vivendo aqui.
Apesar da já conhecida influência norte-americana em nossa cultura, temos receio de que o modus operanti doentio nos influencie mal. Até que ponto a disseminação midiática daquilo que não presta vale à pena?
Suzane nos assombra. Faz parte de uma lista de personagens tupiniquins dos quais queremos distância, os quais precisam ser esquecidos. Dar popularidade a uma assassina, possibilitando-lhe faturar com a própria loucura, é incoerente- chega a ser mórbido.
Afinal, como criminosa, deve continuar pagando pelo que fez, permancendo mantida longe do convívio social. Mesmo que pela telona. É sabido que o comportamento dela destoou do que chamamos de padrão normal. Não que sejamos tão normais assim para julgar.
Penso que o entretenimento deva acrescentar. Mas o que a história da menininha mimada que matou os pais vai somar na cultura de nossa comunidade?
É isso.
José Aurélio Pereira é jornalista, professor universitário e mestre em Comunicação. Atua em Lorena como empresário, no setor da Educação.
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