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Violência contra a mulher cresce 13,42% em Lorena

01/11/2019

O mês de outubro acabou e, com ele, o chamado Outubro Rosa, quando se foca na importância da realização dos exames preventivos ao câncer de mama.
O Inca (Instituto Nacional de Câncer) informa que o câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no Brasil e no mundo, atrás apenas do câncer de pele. Vitima mulheres especialmente após os 50 anos e tem uma taxa de 13,68 óbitos a cada 100 mil mulheres, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Mas não dá para falar dos cuidados com a saúde da mulher e esquecer do zelo pela integridade física dela.

A sociedade machista em que vivemos fragiliza a figura feminina e a deixa acuada, impedindo-a de mostrar valor, de competir de maneira igualitária.
Números em Lorena mostram que a violência contra a mulher vem crescendo gradativamente. Entre 2017 e 2019, os boletins de ocorrência registrados na Delegacia da Mulher tiveram aumento de 13,42%.
Entre janeiro e outubro de 2017, foram registrados no município 619 boletins, contra 702 em 2019 no mesmo período; no ano passado, houve registro de 671. A maior parte deles refere-se a crimes contra a honra. Há também ameaças e lesões corporais.

Não há registros de feminicídio, quando a mulher é assassinada. Menos mal, pois já temos uma incômoda fama de cidade violenta.

O aumento no índice de boletins de ocorrência tem relação com a popularização da Lei 11.340, a Maria da Penha, de agosto de 2006. Entretanto, todo ser humano – independente de gênero – merece respeito. Porque a violência começa com a agressão verbal, no grito desnecessário ocasionado pela discordância de opinião. Culmina, muitas vezes, com o assassinato, na tentativa de calar (de vez) a voz dissonante. Mas há outros exemplos de violência contra a mulher que escancaram a criativa crueldade do monstro que se acha homem – quem age covardemente pela força é bicho.
Em julho deste ano, na capital paulista, a jornalista Aline Mota foi internada em clínica psiquiátrica após o ex-marido forjar um atestado médico em que a declarava louca. Atualmente, Aline encontra-se escondida no interior de Minas Gerais, com seus dois filhos. O algoz permanece impune, mesmo após tê-la internado irregularmente no hospital psiquiátrico de São Lourenço da Serra (SP).

No último dia 26, a cidade de Osasco ficava atônita com a barbárie praticada pelo motorista de um Hyundai I30. O sujeito perseguiu a moto em que a ex-mulher se encontrava, derrubando-a e quase a levando a óbito. Ela estava na garupa da motocicleta pilotada pelo atual namorado.

O caso foi registrado no 5º DP (Distrito Policial) como tentativa de homicídio – com agravante de tentativa de feminicídio (porque o agressor era o ex-marido).

É preciso repensar nos valores. Maridos continuam falando que “ajudam em casa” em vez de dizerem que “dividem os afazeres”. Pensemos juntos: se dois moram, não seriam dois a dividirem as obrigações da casa igualmente? Por que, em nossa sociedade, a meiguice continua sendo sinônimo de submissão?

Cansamos de ouvir que o acesso à informação mudou a forma como olhamos para o mundo. Porém, será necessário um pouco mais para acabarmos de vez com este antiquado machismo que nos aprisiona.
É preciso se conscientizar de que a mudança do mundo começa dentro da gente. Basta olhar o próximo com um pouco de respeito. Tudo começa pelo respeito. É isso.

Informação útil:

A Polícia Civil oferece plantão de ajuda psicológica às segundas e quartas-feiras, das 15 às 17h, na Delegacia de Defesa da Mulher, à rua Aldo Hermínio Zanin, 69 – Centro de Lorena. O atendimento é realizado por ordem de chegada.

COLUNISTAS / Jose Aurelio

José Aurélio Pereira é jornalista, professor universitário e mestre em Comunicação. Atua em Lorena como empresário, no setor da Educação.


aurelio@wizardlorena.com.br

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