Dá-se o nome de abutre à ave parecida com o urubu, que come restos. Na política, há também a figura necrófaga, que – da mesma forma que o bicho – sobrevive de sobras.
Conheci Lorena no início dos anos 2000, graças a um abutre. Ele espalhou na Praça Arnolfo Azevedo folhetos difamando o então candidato a deputado estadual Paulo Neme. Vim à cidade como repórter, na tentativa de entender a história e contá-la aos meus leitores do jornal Valeparaibano.
Estranho que, mesmo passados quase 20 anos, ainda se conjectura sobre a identidade do abutre que mandou confeccionar os folhetos. Paulo Neme ganhou o pleito para a Assembleia Legislativa e, posteriormente, ainda sentou na cadeira de prefeito de Lorena.
O abutre come pelas bordas, tentando ofender o oponente. E quando o faz, esquece-se da própria vida.
Na política, o abutre é o sujeito que se julga político e se perde na politicagem.
O abutre politiqueiro gosta de olhar a vida alheia e sequer se lembra de divulgar as próprias ideias. Aliás, será que tem boas ideias? Será que pensa?
A política é feita de propostas. Necessita de articulação – sozinho, nada pode ser feito. O bom político tem grupo; o abutre politiqueiro pensa que tem. Porque é tão sujo quanto as pessoas que dele se aproximam.
Ora, é preciso saber para fazer. E a realização depende de capacidade e de força altruísta. Mas para chegar ao poder, o bom político usa das artimanhas que lhe sobram para fazer as alianças corretas na hora certa. Já o abutre politiqueiro não consegue esta façanha porque é desprovido de inteligência emocional.
Vivemos um período em que a difusão de informação falsa ganhou novos contornos. Hoje não se imprimem folhetos apócrifos, mas plantam-se notícias fake em redes sociais.
Há 20 anos, conheci Lorena por causa dos abutres. Todavia, sei bem que a existência deles no cenário político não é privilégio daqui – são pragas, espalham-se em todo território nacional e internacional. Cabe ao eleitor o interesse pela pesquisa.
Aqui vai o meu recado: informe-se bem, e com antecedência, sobre quem são os abutres politiqueiros de sua cidade. E extermine-os. Lorena merece políticos bons, não politiqueiros anarquistas que não querem o bem comum e sim o próprio, além de desejarem tumultuar. Nós podemos. Nós queremos fazer.
É isso.
José Aurélio Pereira é jornalista, professor universitário e mestre em Comunicação. Atua em Lorena como empresário, no setor da Educação.
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