Por José Aurélio Pereira
O afrouxamento proposto pelo governador João Dória (PSDB) na última semana é uma medida populista, com consideráveis doses de oportunismo. Transfere aos prefeitos do Estado a responsabilidade pelo aumento da pandemia e faculta aos líderes municipais posteriores medidas impopulares e a fama de terem exposto seus respectivos munícipes à vulnerabilidade. A medida do Governo Estadual é ainda um prato cheio para o Ministério Público retaliar prefeitos com ações civis por irresponsabilidade. Afinal, o combate à Covid-19 está distante de terminar.
Em 25 de maio, um plano de reabertura gradual do Estado, emitido pelo Palácio dos Bandeirantes no Decreto 64.994, forçou os municípios a publicarem regras em que estabelecessem também diretrizes locais. Três dias depois, Lorena divulgaria a flexibilização na medida administrativa 7.429. Já Guaratinguetá o faria no dia seguinte, por meio da designação 8.949. E os comércios reabriram no último dia 1°, apesar de ainda não termos atingido o ápice da contaminação do coronavírus – deveremos em breve nos tornar o epicentro de ocorrência de Covid-19 no mundo. Foram registradas aglomerações em vários locais.
No ranking global divulgado pela Universidade Johns Hopkins, o Brasil está em segundo lugar em número de casos confirmados. Os Estados Unidos lideram este índice. Nosso país segue ainda na quarta posição em número de mortes, cada vez mais próximo do terceiro lugar, a Itália.
Dados do Ministério da Saúde do último dia 3 mostram que os recordes de mortes diárias são superados constantemente. Nas 24 horas que separaram o dia 2 e 3 de junho foram registrados 1.262 óbitos. O maior registro de perda até então era de 21 de maio, com 1.188.
Os números totais no Brasil chegam a 555.383 diagnósticos positivos e 31.199 mortes.
As determinações locais estabelecem que a abertura seja realizada paulatinamente e de maneira apropriada, respeitando as normas de distanciamento da OMS (Organização Mundial de Saúde), com a disponibilização de álcool em gel a todos e atendimento de poucas pessoas por vez. Todos devem usar máscara.
Lorena contabilizou, em 3 de junho, 73 casos e cinco mortes. Guaratinguetá, apesar de maior em número de habitantes, tinha 61 confirmações de Covid-19 e duas mortes.
Indagado sobre o aumento de casos na cidade, o prefeito de Lorena Fábio Marcondes (sem partido) afirmou que muitos fatores explicam a escalada do coronavírus. “O isolamento caiu em Lorena e algumas lojas obtiveram liminar na Justiça para reabrir, atraindo gente. A questão econômica é um desafio grande para a população, mas se perdemos a noção de isolamento, teremos problemas maiores”, afirmou Fábio Marcondes, que sinalizou para eventual fechamento extremo do comércio, em caso de necessidade. “Se subirem os casos, trancamos tudo e, independente de governo (estadual ou federal), decretamos lockdown”. Lockdown é considerada a medida mais rigorosa do poder público para controle de contaminação.
Já Marcus Soliva (PSB), prefeito de Guaratinguetá, disse concordar com a abertura de todas as cidades do Vale do Paraíba. “Sempre debatemos que a abertura do Vale do Paraíba fosse flexibilizada como um todo”, disse, avaliando que há estabilidade no controle da doença no município. “Tivemos um aumento sim dos casos confirmados e dos casos suspeitos, mas em termos de leito de UTI, temos 16% de ocupação dos 18 disponíveis. Vimos com precaução, mas entendemos que a flexibilização deveria acontecer em algum momento”.
José Aurélio Pereira é jornalista, professor universitário e mestre em Comunicação. Atua em Lorena como empresário, no setor da Educação.
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