Foto do acervo do Prof. Ércio Molinari publicada no álbum n°1, “Memórias de Lorena”, da sociedade dos amigos da cultura de Lorena
O primeiro automóvel que veio para Lorena foi um Ford, em 1912, segundo notícia do Jornal Guaypacaré (edição nº 11, de 16 de outubro de 1975, à página 3). O dono do primeiro carro da cidade era o sr. José Antonio Vieira e quem deu o depoimento foi seu filho, sr. José Vieira. E agora, recentemente (dia 11 de setembro de 2017), estive pessoalmente com o sr. José Vieira e confirmei esses dados que o meu jornal publicou 43 anos atrás!
Divergências de anos. “Guaypacaré” esclareceu!
Havia divergências quanto à data, porque no maravilhoso álbum “Memórias de Lorena em Fotos & Palavras”, 1ª edição, de 1999, está publicada (página 123) uma foto do 1º carro, dizendo que “ele trafegou em janeiro de 1910”. No Jornal “A Voz de Lorena”, de 14 de agosto de 1957, há artigo assinado por Aldo Ferretti, à página 14, dizendo que “O primeiro automóvel que veio para Lorena, foi em 1913…”
Agora, o sr. José Vieira – filho do dono do primeiro carro de Lorena – nos esclareceu a dúvida, mesmo estando com 95 anos de idade, em cadeira de rodas, mas com a memória ainda muito boa, lúcido. Confirmado: foi mesmo em 1912.
40 km por hora… buzina “glú-glú-glú”… partida à manivela
José Vieira lembrou: “o Ford 1912 do meu pai tinha capota de lona, presa por correias que ficavam seguras na frente do carro, rodas altas, finas e pneus maciços, dois faróis a carbureto, buzina que emitia som de ‘glú-glú-glú’ – igual ao gorgolejo de um peru, funcionamento inicial à manivela e demorava para pegar… Andava devagar e ‘corria’ no máximo 40 km por hora! Cinco passageiros que pareciam que iam ser jogados pra fora quando passava em buracos e dava solavancos, porque as portas eram muito baixinhas”.
Até a Ponte Nova… gasolina em caixas de querosene
“Dava voltas na Praça Arnolfo Azevedo e pelo Centro. Ia até a Ponte Nova, onde já havia a caixa d´água inaugurada em 1898 e que existe até hoje… passeios ótimos, naquele tempo”.
“A gasolina era fornecida em caixas, iguais às de querosene que, naquela época, era usado para também para a iluminação pública”. Estes dados estão no artigo de Aldo Ferreti, à página 14, do “A Voz de Lorena”, de 14 de agosto de 1957.
Nº 1! Juntava gente pra ver o carro!
Seu José Vieira relembrou que seu pai, José Antonio Vieira, foi não somente o dono do primeiro automóvel de Lorena, mas, ainda, o motorista com a Carteira nº 1 e o primeiro taxista da cidade. “Chofer de carro de praça”, como se falava naquela época.
“Foi um verdadeiro carnaval o aparecimento do primeiro carro em Lorena; juntava gente em volta dele para vê-lo, já que naquele tempo só havia cavalos e burros, charretes e carroças, carros de boi, nas ruas de terra de Lorena do início do século 20”.
No próximo artigo, vamos continuar falando sobre os carros de Lorena, de ontem e de hoje…
João Bosco Pereira de Oliveira, também conhecido como “Paçoca”, é jornalista e manteve por 40 anos o Jornal Guaypacaré, um grande marco e recorde na história da Imprensa de Lorena! 40 anos de trabalho patrocinado por anunciantes e assinantes, sem nunca ter sido mantido politicamente!
Em 1976, foi o vereador mais jovem e mais votado de Lorena, o único a recusar, por vontade própria, a “aposentadoria parlamentar”, por considerá-la imoral e injusta. Com 18 anos, foi recebido pelo presidente da República, pedindo “democracia” em pleno tempo em que não havia abertura política. Naquela época, também foi o mais jovem candidato a deputado estadual do Brasil.
Comendador 3 vezes, desde menino, trabalhou em outros jornais, antes de fundar o seu Guaypacaré. Foi jornalista responsável por inúmeros jornais de cidades vizinhas. Fundador e Presidente de Honra do Grupo Escoteiro Guaypacaré, que está prestes a comemorar 50 anos.
Teve programas nas rádios Cultura AM e Colúmbia FM. São 50 anos de jornalismo, boa imprensa, sem nenhum processo por calúnia, injúria ou difamação.
Também é membro fundador da Academia de Letras de Lorena e agora, passa a registrar a história da sua cidade de nascimento e de coração de acordo com suas detalhadas pesquisas.