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Aulas privadas, aulas públicas

18/12/2014

Aluno é aquele sem luz própria, segundo a etimologia da palavra. Sem o devido contexto, parece que todo estudante é uma tabula rasa, vazio e pronto para ser preenchido com o que o professor falar. Ou “ensinar”, segundo o verbo vigente, mas não usado por aqueles que se dedicam ao estudo da aprendizagem.
O estudante moderno chega com uma bagagem de conhecimento cada vez maior à sala de aula. Isso quando existe fisicamente a sala de aula – o ensino à distância tem aumentado muito, não necessariamente com a mesma velocidade na qualidade ou atendimento aos objetivos a que se propõe. O professor tem um trabalho interessante, pois além da apresentação do conhecimento de forma mais palatável, lógica, dinâmica e contextualizada, deve o professor entender o quanto daquela bagagem do aluno está devidamente estruturada e organizada. Se ontem gastávamos um tempo enorme à busca da informação, hoje tempo maior ainda é usado para filtrar essa informação, expurgando o que é desinformação e aquilo que não é relevante ou é repetitivo.
Esse chamado público exigente tem acesso a ferramentas eletrônicas e virtuais de forma mais efetiva que muitos de seus professores. Certo que o conhecimento acumulado, a experiência e o amadurecimento não se substituem, mas do nosso profissional da educação é exigido cada vez mais que se atualize.
O custo disso é grande e deve ser associado à satisfação pessoal, tanto por meio de remuneração como – mais importante – pela valorização do professor. As condições em que atua, os laboratórios, a biblioteca e seus acessos, a interação e integração com outros profissionais e grupos, tudo isso constitui a estrutura acadêmica.
Em instituições privadas de ensino (eis a condenada palavra aí de novo), o custo é muito bem equacionado, pois a manutenção da estrutura sai diretamente de quanto o aluno paga pelas aulas. Nas instituições públicas, elaborar uma planilha nesse sentido é tarefa que beira a impossibilidade. Simplesmente não sabemos o quanto custa ministrar uma aula, apesar de termos uma ideia de quanto é seu valor. Defenderia melhor a posição de universidade pública e gratuita se a instituição soubesse esses preços e custos. A instituição privada sabe. As sérias fazem disso um instrumento para captar recursos e os melhores alunos. As demais são meros caça-níqueis, vendedoras de diplomas baratos.

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