Ainda que timidamente, pessoas com deficiência têm ganhado espaço nas agendas públicas e nos debates cujos focos são a construção de uma sociedade mais inclusiva. Os olhares para esse público, ora recheados de estigmas, ora sustentados pela ideia da superação, colocam-nos em posições extremas, que vão da segregação ao direito de acesso e pertencimento, da superproteção ao isolamento.
Jamais, ao longo da história, ouvimos tantos relatos de pessoas com alguma deficiência que passaram a frequentar escolas, competir no mercado de trabalho, participar de atividades culturais e interagir com a sociedade. Proporcional à crescente aparição dessas pessoas, passamos a conviver com dificuldades estruturais, comunicacionais ou atitudinais, que só vieram confirmar que o desafio da inclusão é um processo do qual toda sociedade deve ser protagonista.
É contraditório, por exemplo, defender a construção de uma sociedade inclusiva e organizar um espaço para que as deficiências convivam somente entre si, segregando-as em atividades ou ambientes exclusivos para cegos, ou para surdos, ou para cadeirantes e assim por diante. A deficiência não pode servir como elemento comum ao estabelecimento de políticas públicas, porque dentro das limitações sensoriais, físicas ou intelectuais temos o traço da individualidade, daquilo que está muito mais relacionado à personalidade do indivíduo do que padronizado por uma deficiência.
Por outro lado, os desafios da inclusão são muito maiores do que construir rampas ou adaptar sanitários. Requerem a compreensão de que fora dos muros de uma instituição existe vida e conviver com a diversidade é compreender no outro muito mais os seus alcances do que os seus limites. É buscar um ponto de equilíbrio que não penda nem para o lado da superproteção nem para o lado da indiferença às necessidades manifestadas pela diversidade. É tirar das gaiolas aqueles que já se sentem acomodados, porque o desafio lhes causa medo. É considerar que o preço da inclusão cabe muito mais no bolso do que o peso da dúvida de nunca ter tentado.
Uma pessoa cega pode beneficiar-se da leitura em Braille de um cardápio, enquanto outra prefira utilizar a tecnologia assistiva para o acesso ao seu jornal diário ou ainda ouvir o MP3 do seu livro preferido. Uma pessoa surda pode sentir-se confortável fazendo leitura labial, enquanto outra tenha Libras como sua primeira língua. Um aluno com Síndrome de Down pode necessitar de um facilitador em sala de aula, embora a criança com autismo também já tenha esse direito assegurado por lei. Uma pessoa com deficiência física pode ter dificuldade de adentrar a um estabelecimento, enquanto outra não consiga simplesmente transitar em uma calçada estreita e com obstáculos. São mais de 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência no nosso país e que necessitam de um olhar atento e de ações pontuais.
Todas essas particularidades que, num primeiro olhar parecem utópicas, fazem parte do reconhecimento do outro enquanto cidadão. São ações que têm como meta a facilidade de acesso aos produtos, ambientes e serviços. É possível pensar em acessibilidade sem que a força da lei seja a única preocupação para essas implementações, porque transformar o nosso entorno é assumir que a diferença também cabe dentro da nossa realidade. Embora nem toda a sociedade domine o conhecimento sobre pessoas com deficiência, devemos encarar que é possível fazer a diferença na vida de alguém.
Luciane Molina é pedagoga, braillista e pessoa com deficiência visual. Possui pós-graduação em Atendimento Educacional Especializado pela Unesp (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho) e em Tecnologia, Formação de Professores e Sociedade pela Unifei (Universidade Federal de Itajubá). Sua trajetória profissional inclui trabalhos com educação inclusiva, ensino do sistema Braille, da tecnologia assistiva, do soroban e demais recursos para pessoas cegas ou com baixa visão, além de atuar desde 2006 com formação de professores. Foi vencedora do IV Prêmio Sentidos, em 2011, e do IV Ações Inclusivas, em 2014, ambos pela Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo (SEDPCD-SP). Também é palestrante e co-autora do livro Educação Digital: a tecnologia a favor da inclusão. Atualmente, integra a equipe técnica da Secretaria Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência e do Idoso de Caraguatatuba (SEPEDI), com ações voltadas para a comunicação inclusiva, políticas públicas para pessoas com deficiência visual e Núcleo de Apoio às Deficiências Sensoriais.
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