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Como falar da morte para seu filho

24/02/2015

As perdas fazem parte do desenvolvimento humano; porém, este é um assunto delicado e que precisa ser tratado com muito cuidado.
Para as crianças, seus significados variam conforme a idade e a fase de desenvolvimento.
A criança pequena, na fase entre 2 e 6 anos, reconhece a morte como algo temporário e que pode ser revertido. Só mais tarde irá compreender que é definitiva e que pode ocorrer a qualquer um.
A tarefa de preparar a criança é muito difícil, principalmente quando a família está passando pelo processo do luto. Muitas vezes, tentar ocultar ou minimizar o fato usando metáforas, como “virou estrelinha”, “foi morar com o Papai do Céu”, tendem a causar mais confusão e até levam a criança a querer se unir à pessoa morta, muitas vezes se colocando em risco.
Embora muitas vezes a criança não possa definir o que é a morte, ela percebe que algo grave está acontecendo; e esse sentimento traz medo e insegurança. Falar sobre o assunto não elimina o sofrimento, mas permite que a criança se sinta mais segura.
Tentar poupá-la ou negar informações não é o melhor caminho, ela precisa de todo apoio e sinceridade. 
A criança necessita compreender: a universalidade – que tudo que é vivo um dia vai morrer. A irreversibilidade – quando morre, não há volta. E a funcionalidade – depois de morto o ser não age, não corre, não pensa, etc.
A comunicação e a sinceridade são importantes nesse processo. Ao conversar com a criança, demonstre que, como ela, você está sofrendo e sentindo saudades. Deixe que a criança fale, desenhe, pinte o que ela está sentindo. 
É natural que ela apresente mudanças de comportamento, como ir mal na escola, dormir mal, fazer xixi na cama e outros.
Os professores são muito importantes nesse momento, podendo ajudar de forma muito positiva, pois a morte é assunto muito freqüente na sala de aula por influência da TV e dos noticiários.
Desenhos animados que abordem esse tema podem ser utilizados, como “O Rei Leão”, e outros que  ajudam nessa compreensão.
Em casos em que a família não consegue lidar com essa questão, é aconselhável a psicoterapia. Atividades lúdicas irão colaborar bastante com esses cuidados.

COLUNISTAS / Meg Lorenzo Castilho

Margarida Maria de Lorenzo Castilho Nunes é psicóloga, pós-graduada em Psicopedagogia e Psicomotricidade, professora de pós-graduação de Psicopedagogia, brinquedista (criadora da Brinquedoteca do Clube Comercial de Lorena), especializando-se em Neuropsicologia.  Em sua clínica, realiza atendimento psicológico e psicopedagógico para crianças, adolescentes, adultos e idosos.


meglcnunes@yahoo.com.br

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